Governador Geraldo Alckmin adota estratégia com eficácia duvidosa de enfrentamento aos bandidos.
O governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), anunciou que vai pagar bônus de até R$ 2 mil aos policiais se os números de roubos em geral e de furto e roubo de veículos não aumentarem e o de homicídios dolosos e latrocínios caírem 7% no primeiro trimestre deste ano.
Basta uma conversa rápida com policiais militares, investigadores, tenentes e delegados, que diariamente estão na linha de frente, para saber que a proposta é boa, mas não é a solução.
Foram estabelecidas metas e premiação para redução da criminalidade, mas falta ao Governo de SP disponibilizar a infraestrutura adequada para aumentar a eficiência do programa.
Em Bebedouro, tirando as viaturas da Guarda Municipal e as pontuais blitz da Polícia Militar, quase não se vê patrulhamento ostensivo pelas ruas. Nos últimos dez anos, muitos policiais apresentaram-se e não houve nem a reposição no efetivo, o que já seria pouco, porque a cidade cresceu.
Além disto, as metas estabelecidas pelo governo estadual são, no mínimo, incômodas. A população não quer só redução de índices, mas números zerados.
Não dá para comemorar se em três meses tivermos apenas um carro roubado ou uma casa assaltada em Bebedouro. Por trás destes fatos há pessoas traumatizadas, lesadas e sem chances de repor os bens que lhe foram tirados, sob a mira de um revólver. Sem falar nas noites de insônia sofridas por quem não esquece a voz e o rosto do bandido.
O que o estado de São Paulo precisa é de mais contratações de policiais militares e civis, compra de equipamentos e armamentos, investimento em serviço de inteligência, bloqueio do sinal em cadeias e presídios e tolerância zero com os bandidos.
Publicado na edição nº 9649, dos dias 23 e 24 de janeiro de 2013.