Faleceu no sábado (17), no Hospital Unimed I, aos 102 anos, Olga Maria David Caldeira. Membro de uma das famílias mais tradicionais de Bebedouro, dona Olga era exemplo de vitalidade, e uma das netas, Juliana Caldeira, fala da avó.
Já realizando tratamentos medicamentosos para o coração, pressão arterial e colesterol, segundo a neta, dona Olga teria sofrido colangite, obstrução de um dos canais do pâncreas. “Ela fez procedimento para desobstrução, com Dr. Sicchieri, e deu tudo certo, mas no pós-operatório, o rim passou a não funcionar direito, foi hidratada com diuréticos, mas o coraçãozinho não aguentou. Foi uma parada cardíaca”, detalha.
“Sempre foi uma mulher guerreira e lutadora. Casou-se com o amor da vida dela, (Odorico João Caldeira) e ficou viúva aos 40 anos, com duas filhas para criar. Sua cabeça sempre foi à frente da época. Sua família era de Monte Azul, e com 16 anos ela já queria vir para Bebedouro arrumar emprego. A mãe dela, minha bisavó (Luiza Zaramella) também era à frente de seu tempo. O pai (Arthur David) e os irmãos foram contra, mas a própria mãe dela a apoiou”.
Segundo a neta, dona Olga tinha um lema: tudo tem um lado bom. “Sempre foi muito alegre, franca e nunca a vi reclamar de nada. Se chegava chateada com algo, ela dizia ‘mas isso não é nada, pense por esse lado’. Uma pessoa que transmitia paz, de bem com a vida e nunca falou mal de ninguém”, diz Juliana Caldeira, que sempre teve forte ligação com a avó.
“Só tenho coisas boas para falar dela. Foi enérgica também, na criação das filhas. Era exigente para que fizessem tudo certo, ir à escola, tirar boas notas, ter caráter, ser honestas. Com os netos ela era um pouquinho enérgica (risos), mas avó é diferente”, conta Juliana.
Dona Olga também participava, semanalmente, de grupo de oração, “E toda semana também de um grupo enorme de amigas do carteado. Num dia ela rezava, no outro jogava. E se sobrava mais algum dia para jogar, ela jogava novamente”, destacando sua religiosidade e devoção à Nossa Senhora Aparecida.
“Não tinha luxo. Não ligava para coisas caras. Gostava de se encontrar com as amigas, passear, viajar. Gostava de um cafezinho, que tinha na casa dela todos os dias à tarde. Todos os dias fazia 1h30 de caminhada com uma amiga. E gostava de uma bebidinha também, caipirinha de limão e cervejinha”, detalha a neta, que acrescenta: “Hoje nos lembramos dela com tristeza, mas só temos coisas boas no coração (emociona-se). Era muito amorosa e generosa com a família e com o próximo”.
Dona Olga sempre residiu na mesma casa, à rua Conrado Caldeira. “Os vizinhos eram todos parentes do meu avô e, a rua tem o nome do tio do meu avô”, diz.
Olga Caldeira deixa as filhas Therezinha Maria Caldeira Pedroso e Rosa Maria Caldeira Gomes; os netos Marcelo, Ricardo e Eduardo (filhos de Therezinha) e Juliana (filha de Rosa); e os bisnetos Carlos Eduardo, Beatriz, Helena, Guilherme, Carolina, Gustavo, Pedro Henrique e Gabriel. O corpo de dona Olga foi sepultado na manhã de domingo (18), no Cemitério Municipal de São João Batista.
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Leia mais na edição nº 10230, de 20 e 21 de fevereiro de 2018.