Aos 96 anos, Bebedouro despede-se de Eugênio Mattos

O bisneto do fundador de Bebedouro deixou filhos, netos e bisnetos, no domingo de Páscoa.

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Pecuarista de profissão e historiador por amor, Eugênio Azevedo Mattos despediu-se de Bebedouro aos 96 anos, no domingo de Páscoa (21), por causas naturais. “Chegou sua hora”, diz o filho Fernando Mattos, com pesar. Além de Fernando, senhor Eugênio deixa mais cinco filhos: Paulo, José Antônio, Ângela, Jussara e Eugênio, além de netos e bisnetos.
Viúvo desde 1991, perdeu sua esposa por problemas cardíacos e diabetes, após 45 anos de casados e outros três de namoro. Os dois se conheceram em um barzinho conhecido na época e cultivaram uma linda história. Mesmo sozinho, Mattos nunca deixou de zelar pela família. “A família era o pilar que o sustentava. Ele foi um pai exemplar, sempre apegado aos filhos. Sua falta será sentida todos os dias”, lamenta o filho.
O bebedourense tornou-se militar aos 22 anos e passou mais de um ano na infantaria. “Lembro-me que, em 1943, fui buscar uma ‘vacada’ em Catanduva e ao retornar, em 4 de janeiro, li meu nome na Gazeta de Bebedouro, como um dos convocados para o Exército”, disse, quando foi entrevistado do Gente, na edição nº 8.324, de 23 de setembro de 2006.
Bisneto de Joaquim José de Lima, um dos fundadores de Bebedouro, Mattos também aventurou-se como historiador. “Mau pai tinha sua memória muito lúcida e viva. Além de ter acompanhado muitos fatos da cidade, também procurava inteirar-se da história local”, conta o filho Fernando.
Para ele, a partida de seu pai é uma grande perda para todos. “Por ser extremamente religioso, a data de seu falecimento só torna a dor ainda maior. Por uma infeliz coincidência, além de ser Páscoa, minha irmã completou 40 de casada no domingo (21)”, lamenta emocionado.
Ao fim de sua vida, o ex-militar gostava de falar sobre política, assistir missas e ficar com sua família. “Acima de tudo, meu pai gostava de viver. Ele nos ensinou a ter honestidade e respeito, acima de tudo. Estes valores são impossíveis de serem esquecidos”, finaliza o filho, bastante emocionado.

(…)

Publicado na edição 10389, de 24, 25 e 26 de abril de 2019.