As dores de cabeça de hoje são frutos de problemas represados há anos

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Atual governo é obrigado a correr para resolver demandas que foram deixadas pela administração passada.

Semelhante ao que acontece com a dívida pública, quando quase todo dia aparecem novas notas fiscais para serem quitadas, o mesmo acontece em vários outros setores da Prefeitura de Bebedouro.
Desde fevereiro, a administração está sendo obrigada a correr contra o tempo para adequar as condições do Abrigo Municipal de Animais. O local que era um verdadeiro depósito de cães e gatos deve se mudado de local, mas a urgência das providências não condiz com o dinheiro que há em caixa. É o mesmo que aconteceu com o lixo doméstico e logo deve estourar com o tratamento de esgoto.
O mesmo acontece com o setor de Desenvolvimento Econômico da cidade. Por quatro anos, a única atitude foi a compra de um distrito industrial, o 5, que não saiu do papel e cuja infraestrutura será mais custosa que a própria aquisição do terreno; e a distribuição aleatória de terrenos. Sem falar na obsessão indisfarçável em auto promoção, em detrimento da articulação empresarial e formulação de políticas públicas. O resultado é visível para todos, porque o desemprego é grande.
Felizmente, o Sindicato Rural de Bebedouro, a Coopercitrus e entidades de fomento econômico, articularam-se nos últimos anos para promover cursos de capacitação e busca de financiamentos para a Agricultura Familiar. Neste caso, o resultado em breve será colhido por toda a cidade. Se a laranja ameaça tragar todos na crise, os agricultores, principalmente os pequenos, estão sendo dinâmicos em escolher novos rumos para suas propriedades rurais.
Porém, falta contrapartida do Poder Público, principalmente no que diz respeito a proporcionar Segurança Pública para os agricultores. Já virou rotina os registros de boletim de ocorrência de furtos de adubos, máquinas e implementos. Antigamente, a Polícia Militar mantinha patrulha rural com veículo doado por agricultores. Com a gradual queda no efetivo, que não sobra nem para habitar a Base Comunitária do Jardim Cláudia, não tem soldado para percorrer a zona rural. Esta com certeza, será outra demanda que vai cair no colo da atual administração que não tem obrigação de agir na Segurança Pública, mas vai precisar ajudar a pressionar o Governo de SP, verdadeiro responsável por esta área.
Assim como as notas fiscais de fornecedores que brotam todos os dias no setor de Contas a Pagar, os problemas jorram na Prefeitura. Tudo porque ficaram represados por quatro anos. E é bem provável que as pessoas que fizeram isto, ainda tenham a coragem de agora cobrar agilidade do Governo atual. Ironias da política.

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