Em mobilização ao Dia Mundial do Rim, nefrologista afirma que principais causas vêm de hipertensão, diabetes e envelhecimento.
Neste ano comemorado na quinta-feira (12), o Dia Mundial do Rim, instituído pela Sociedade Internacional de Nefrologia, teve novamente mobilização realizada pelo Ibene (Instituto Bebedouro de Nefrologia), em parceria com o Senac. A Gazeta acompanhou os exames oferecidos na praça Barão do Rio Branco, falando também com médico do instituto, que destaca o aumento apresentado pelas doenças renais.
“Os alunos do Senac estão em dois momentos, com os técnicos em Nutrição e técnicos em Enfermagem. Em pareceria com o Ibene, estamos atuando no cálculo de IMC, com peso e altura do paciente, a pressão arterial e teste de glicemia, que são dois fatores que contribuem para os problemas renais”, explica Fernando Teixeira, monitor de Educação Profissional na área de Enfermagem, afirmando que os alunos também auxiliaram nos exames de urina.
Além disso, ainda de acordo com Teixeira, são passadas orientações aos pacientes: “Se detectado algum problema, o médico realiza as orientações necessárias, e nós orientamos sobre alimentação, controle de medicamento e hábitos saudáveis”.
O nefrologista Leandro Júnior Lucca, que compõe a equipe médica do Ibene, afirma que as doenças renais têm aumentado, “e além do fator doença, tem o fator custo, que é um absurdo. Os países ricos já estão numa situação difícil, então, no Brasil é mais difícil ainda”.
Valdevino Francisco Alves, acompanhado de sua filha, conta que soube da realização dos exames, e foi até a praça para realizá-los. “Está tudo normal, graças a Deus, tanto os meus quantos os da minha filha. Sempre estamos acompanhando e atentos a isso”, conta.
Já Wellington Soares, que após a realização dos exames, foi visto pela reportagem recebendo orientações médicas, afirma que teve alterações no diabetes. “Há dois anos eu não fazia o exame”, conta, afirmando que já tomava medicação, e teria parado por conta própria: “Minha diabetes está bem alta, e agora vou ter de fazer o exame novamente, e começar a acompanhar melhor”.
Simultaneamente a mobilização realizada na praça, também foi feita nos postos de saúde, de acordo com o nefrologista, “no sentido de chamar a atenção para que as pessoas cuidem da pressão, do diabetes, usem remédio com cuidado, se cuidem com boa alimentação e atividades físicas para que vivam mais, mas com mais saúde”.
Lucca exemplifica, comparando uma pessoa de 70 anos a uma de 20, “se os dois tiverem a creatinina [exame para saber sobre o funcionamento dos rins] 1, que é normal, a pessoa de 70 anos teria o rim bem menos funcional, mesmo que o exame seja igual, só pelo fato de ser mais velha. Muitas vezes com o médico, não chama muita a atenção. É preciso que as pessoas olhem e se atentem a isso”.
Fatores e números
Os fatores que levam ao aumento das doenças renais, de acordo com Lucca, são acarretados por outras doenças. “A hipertensão, que é um fator grave para causar a doença de rim, vem subindo, antes era 10% da população, hoje está entre 30% e 35%; diabetes a mesma coisa, antes era entre 5% e 8% da população, hoje, entre 10% e 15%; a idade, pois as pessoas estão vivendo mais, há 20 anos a média de sobrevida era 60 anos, hoje está em 75, e quando envelhecemos, o rim envelhece junto. É uma somatória de fatores”.
De acordo com a enfermeira do Ibene, Érika Viana Ribeiro, atualmente, o instituto possui 134 pacientes que realizam hemodiálise três vezes por semana, com duração de quatro horas por sessão. Há ainda 8 pacientes para diálise peritoneal, procedimento realizado em casa, após treinamento, realizado durante o sono, com oito horas de duração.