
De acordo com boletim epidemiológico de sexta-feira (2), Bebedouro soma 1.309 pessoas infectadas com Covid-19, desde a segunda quinzena de março, quando foram registrados os primeiros casos. Dentre pacientes com diagnóstico positivo, 1.149 vivem em Bebedouro e 160, na região. Há também 1.233 já recuperados da doença, que representam 94,19% do total, sendo 1.076 bebedourenses e 157 moradores dos municípios da microrregião. Outros 37 pacientes estão em isolamento domiciliar: 34 de Bebedouro e três da região.
O número de vítimas fatais da Covid-19 na cidade estava em 37 na terça (29 de setembro), mas na quarta (30 de setembro), subiu para 38, com o óbito de homem, 46, com insuficiência renal crônica, que estava em hemodiálise. Na sexta (2), mais uma morte pela doença foi registrada: homem, 70, com histórico de hipertensão e cardiopatia. No total, 21 pessoas morreram em hospitais de Bebedouro e 18 em unidades de saúde de outras cidades.
Há 12 bebedourenses em UTI, em tratamento do novo coronavírus: nove em Bebedouro, divididos entre Unimed e Hospital Estadual e os demais em Barretos. Há também 16 infectados em enfermarias. Todos aguardam resultados para confirmação da doença.
Hospital Estadual
Desde sua inauguração na metade do mês de agosto, o Hospital Estadual de Bebedouro, sob gestão do Hospital de Amor, através da Fundação Pio XII, realiza atendimento específico de pessoas infectadas com Covid-19. Com 20 leitos de UTI e outros 20 de enfermaria, o Hospital recebe apenas pacientes com diagnóstico positivo do novo coronavírus, via SUS (Sistema Único de Saúde).
Entre médicos, enfermeiros, equipe multidisciplinar, setor administrativo, limpeza e demais, são 180 colaboradores que trabalham 24 horas, sendo 99% bebedourenses ou da microrregião, que moram na cidade.
O administrador responsável pelo Hospital Estadual de Bebedouro, Everton Zem, em entrevista a Gazeta, explica que a unidade segue plano de trabalho acordado no convênio com o Estado de São Paulo, estando credenciado, via Cross (Central de Regulamentação de Oferta de Serviços de Saúde), a atender micro e macro região de Bebedouro, ou seja, as oito cidades que compõem a microrregião e os demais municípios do DRS/Barretos, que integra 18 cidades.
“Só estamos autorizados a receber casos positivos, não há triagem ou coleta de exames no Hospital Estadual. Não recebemos casos suspeitos, pelo alto risco de contaminação, estes são atendidos nos hospitais de cada cidade, no caso de Bebedouro, no Hospital Municipal ‘Júlia Pinto Cadeira’, onde o paciente é recebido, faz triagem e coleta de exame”, esclarece o administrador, acrescentando que o hospital de referência de Bebedouro, é o Hospital do Amor ‘Nossa Senhora’, em Barretos, que conta com 52 leitos e atende pacientes positivos ou suspeitos e, somente após confirmação, pode ser recebido no Hospital Estadual, caso haja leito disponível.
Ocupação de leitos
Segundo Zem, até a manhã de sexta-feira (2), a taxa de ocupação de leitos esteve entre 50% e 60%, mas a variação pode ser significativa de um dia para outro, crescendo de 50% para 90% em 24 horas. “O paciente com Covid-19 é atípico e pode apresentar evolução no quadro em pouco tempo, passando da enfermaria para UTI em um dia, ou vice-versa. Por isso, só posso precisar a taxa de ocupação até este momento”, pontua o administrador.
Atendimento humanizado
Mesmo em pouco tempo de funcionamento do hospital, já temos muitas histórias para contar e, a maioria, positivas. A filosofia e o diferencial do Hospital de Amor estão na humanização e na dignidade, tornando o ambiente menos desagradável aos pacientes.
“Viemos para promover a mudança e fazer a diferença. Queremos que Bebedouro seja conhecida por sua Saúde de qualidade e humanizada. Nossos equipamentos são de última geração, temos os leitos mais bem equipados e os profissionais mais bem preparados para atendimento 100% SUS e sempre será assim. Acreditamos que todos merecem atendimento digno e de excelência, do mais rico ao mais pobre”, analisa Zem.
No Hospital Estadual, a humanização vai além do tratamento médico, estendendo-se aos familiares dos pacientes infectados. “Sempre que um paciente se recupera, fazemos questão de comemorar sua saída; entregamos à ele um certificado de coragem; após sua saída, acompanhamos o paciente e sua família; comemoramos aniversário de quem está internado; e fazemos chamada de vídeo entre o paciente e seus familiares porque entendemos que o apoio familiar é fundamental, especialmente em momentos de doença”, acrescenta o administrador.
Quando um paciente morre em decorrência da Covid-19, no Hospital Estadual, são seguidos os mesmos procedimentos de qualquer unidade hospitalar que atende infectados com Covid-19, com o diferencial de promover suporte à família enlutada. Para Zem, “já que os familiares não podem acompanhar o paciente, pelo alto risco de contaminação, entramos em contato com um ente e solicitamos que venha até a unidade. Aqui, temos uma equipe de acolhimento que recebe o familiar, dando suporte emocional e social, ao contar sobre o óbito. A dor do luto, por si, já é pesada demais, nosso papel é amenizá-la”.
E os frutos do atendimento humanizado já estão sendo colhidos, conforme conta o administrador, pois os pacientes retornam ao Hospital para agradecer e levam lembranças aos médicos e enfermeiros, como forma de gratidão. “Tivemos casos, inclusive, em que mesmo o paciente tendo falecido, sua família voltou para nos agradecer pelo atendimento prestado. São estas ações que nos provam que estamos no caminho certo, promovendo a mudança na saúde de Bebedouro”, comemora.
Atuação em Bebedouro
Para o Hospital de Amor, sua atuação em Bebedouro é a realização de um sonho, dando suporte para suas unidades em Barretos e tendo como parceiro, a Prefeitura Municipal, através do prefeito Fernando Galvão.
“Não tenho sigla política, nem partido. Eu sou o Hospital de Amor há 13 anos. Mas para manter nossas atividades, precisamos da classe política e de pessoas que, assim como nós, querem promover mudanças. Como político e como pessoa, Galvão é nosso parceiro, além de buscar outras parcerias para ajudar na manutenção das atividades do Hospital”, conclui Zem.