
Bebedouro concluiu a aplicação da 2ª remessa de vacinas contra a Covid-19 em profissionais de saúde, na quarta-feira (27). Nesta etapa, 1.050 doses do imunizante da Fiocruz/Oxford/Astrazeneca foram recebidas pela Vigilância Epidemiológica e aplicadas in loco em 400 profissionais, nas unidades básicas e departamentos municipais de saúde e profissionais liberais.
A Prefeitura, através das equipes de enfermeiros da Vigilância Epidemiológica, já imunizou cerca de 2,4 mil profissionais. Na 1ª etapa, 1.360 funcionários de hospitais públicos e particulares (Hospital Estadual, Hospital Municipal, UPA 24h e Unimed), além de profissionais e idosos de asilos receberam imunização.
Na etapa 2, receberam a vacina aproximadamente 400 trabalhadores de UBSs de bairros (Unidades Básicas de Saúde) e departamentos municipais, como Laboratório, Farmácia Municipal e setor administrativo. O restante das doses foi destinado ao ‘postão’, instalado na Emeb Stélio Machado Loureiro, que recebeu profissionais liberais de diferentes ramos da Saúde. A vacinação no ‘postão’ teve início às 8h e antes das 12h, todas as doses disponíveis já haviam sido aplicadas.
Segundo portaria do Ministério da Saúde, “Considera-se profissional da área de saúde aquele subordinado ao correspondente conselho de fiscalização das seguintes categorias profissionais: serviço social, biologia, biomedicina, educação física, enfermagem, farmácia, fisioterapia e terapia ocupacional, fonoaudiologia, medicina, nutrição, odontologia, psicologia e radiologia”, diz a portaria nº 639, da União.
Uma determinação recente, de 18 de janeiro, insere a receber a vacina, “médicos veterinários e seus respectivos técnicos e auxiliares”.
De acordo com a coordenadora da Vigilância, Thais Teixeira, “muitos questionaram sobre a aplicação das doses em certos profissionais, como educadores físicos. A Secretaria Municipal de Saúde segue as determinações do Ministério da Saúde e da Secretaria de Saúde do Estado, não cria suas próprias regras, portanto, todo aquele que estiver inserido como profissional de saúde, conforme diretrizes estaduais e federais, podem ser vacinados, segundo o plano de imunização”.
Segundo Teixeira, a meta é vacinar 3,2 mil profissionais nesta primeira fase, restando cerca de 800 pessoas a receberem o imunizante. O número baseia-se no levantamento anual feito pelo Ministério da Saúde para imunização contra Influenza, neste não constam os veterinários e seus auxiliares, que foram incluídos posteriormente entre o público a ser vacinado.
Segundo Teixeira, a saúde de Bebedouro aguarda o Governo do Estado, em relação a novos lotes de vacina, a qualquer momento. “Esperamos iniciar nova etapa de vacinação até o início da próxima semana”, afirma a coordenadora.
“A Saúde não pode parar”
Dentre os vacinados na quarta-feira (27), a Gazeta entrevista duas profissionais liberais que receberam a primeira dose da vacina da Fiocruz. Ambas emocionaram-se ao receber o imunizante.
“Optei por me vacinar, para proteger a mim e aos meus pacientes. Em meu consultório, recebo de crianças a idosos todos os dias e, ao receber a vacina, me senti emocionada. Tivemos tantas dificuldades no ano passado, devido à pandemia, que ao ser vacinada tive esperança de melhora para este ano”, conta a psicopedagoga Caroline Canevarollo.
Acreditando na eficácia da vacina e no potencial da ciência brasileira no combate ao vírus, Canevarollo diz seguir todos os protocolos de prevenção à Covid-19 em seu consultório, inclusive, transformando algumas consultas em virtuais, mas vê na vacinação, a possibilidade de retorno à normalidade, através do convívio social.
“Um misto de sentimentos bons”, comemora a fisioterapeuta Lisa Cassiano, após receber a primeira dose da imunização. “Tenho um pai de 82 anos, que está praticamente há um ano em casa, e ainda terá que esperar sua vez para se vacinar. Recebendo a vacina, estou protegendo a mim e a ele”, acrescenta Cassiano.
Para a fisioterapeuta, que passou a atender de forma individualizada e, em alguns casos, em domicílio, “ao contrário da maioria dos medicamentos, que tratam ou curam doenças, as vacinas as evitam. No contexto da pandemia, a prevenção é o melhor caminho e se não fizermos nossa parte para evitar contaminações, em nada estaremos contribuindo para o fim deste vírus”.
“Priorizar os profissionais de saúde, especialmente aqueles que estão na linha de frente, é oferecer segurança para seguirmos com nosso trabalho, que é fundamental. A Saúde não pode parar, seja ela física ou mental, e nós também não”, conclui Canevarollo.
Reações adversas
A Gazeta questionou as entrevistadas sobre possíveis reações após tomarem a vacina. Ambas responderam não ter sentido sintoma algum, apenas leve dor local, porém, nas redes sociais, alguns profissionais de saúde que receberam doses da Fiocruz, dizem ter sentido febre, dores musculares e, em alguns casos, até vômito.
Segundo Thais Teixeira, os sintomas são chamados de ‘reações esperadas’, que podem acontecer após a imunização por qualquer vacina e podem variar de acordo com o organismo de cada vacinado.
O Ministério da Saúde diz ser normal que o vacinado sinta reações como vermelhidão, inchaço ou dor local, fadiga, febre, dores na cabeça e no corpo, até os primeiros três dias após receber a dose do imunizante. Estas reações, segundo o MS, mostram que a vacina é eficaz, estimulando o sistema imunológico a produzir anticorpos, especialmente nos casos em que a vacina aplicada usa vírus geneticamente modificados, como é o caso da vacina da Fiocruz. A CoronaVac, por exemplo, é desenvolvida com vírus inativo, portanto, a chance de apresentar reações é menor. Em Bebedouro, não foi reportado à Vigilância nenhum paciente com reações adversas graves.
Publicado na edição 10.550 de 30 de janeiro a 2 de fevereiro de 2021.