Caímos na rede?

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José Renato Nalini

O Brasil é hoje o quarto país em número de usuários da internet. Quem apurou foi a UNCTAD, Conferência das Nações Unidas sobre Comércio e Desenvolvimento. Temos 120 milhões de pessoas que acessam diariamente as redes, atrás da Índia, com 333 milhões, dos Estados Unidos com 342 milhões e da China com 706 milhões.

Isso favorece a economia digital, embora ainda necessitemos de muito investimento na infraestrutura e em logística, pois o acesso à internet por banda larga é três vezes mais caro nos países em desenvolvimento do que no Primeiro Mundo.

A verdade é que a maioria das pessoas já se serve do acesso às redes para se manter conectada. Na escola pública, cerca de 60% dos alunos têm seus “mobiles”, sejam celulares, smartphones, tablets ou se servem dos computadores convencionais.

A utilização desse equipamento é algo que alavancará o aprendizado e atenderá à demanda de uma juventude que já nasceu plugada, antenada e com chip. Se os celulares já se integraram à vida cotidiana, é urgente fazer com que esse uso seja direcionado à obtenção de bons resultados e não sirva para distrair o jovem do seu compromisso com a aquisição de conhecimento.

A Secretaria da Educação, juntamente com a Secretaria de Governo, com a IMESP – Imprensa Oficial do Estado, com a PRODESP, criou Grupo de Estudos para analisar a necessidade de gradual migração do material físico para o digital. Há um campo enorme de possibilidades com a utilização de aplicativos, migração de filmes, visita a museus, universidades, bibliotecas, parques e instituições cujo acervo possa servir para aprimorar o aprendizado e, portanto, a qualidade do ensino brasileiro.

É urgente motivar os professores, os pedagogos, os antropólogos, sociólogos, filósofos, mas também os programadores, os engenheiros, os analistas, para que toda uma corrente de interessados na oferta de material de transmissão do conhecimento produza conteúdo agradável, prazeroso, atrativo e estimulante. Quando se consegue despertar a curiosidade intelectual da criança e do jovem, o acesso à sabedoria será o caminho natural, a ser trilhado pela vida afora, sem estipulação de termo final. Pois o compromisso de cada ser humano é aprender.

Aprender mais, melhor e com a certeza de que isso tornará a vida mais fácil, mais digna e mais cativante. Vamos cair na rede e dela extrair o que for mais benéfico para o nosso crescimento moral e intelectual.

Colaboração de: José Renato Nalini, secretário da Educação do Estado de São Paulo