

Caminhoneiros que querem deixar o movimento e seguir viagem estariam sendo ameaçados por lideres grevistas em Bebedouro, segundo denúncias recebidas pela Gazeta. Uma delas, via e-mail, diz: “Estou aqui preso desde domingo passado e já pedi aos lideres que me deixassem ir embora. Mas, eles ameaçam colocar fogo no meu caminhão comigo dentro. Amigos, pelo amor de Deus ajude-me. Outros e companheiros querem voltar a trabalhar, temos a prestação do caminhão para pagar”.
A paralisação dos caminhoneiros estaria prestes a terminar, ainda com manifestantes concentrados na rodovia Armando de Salles Oliveira (SP-322), no antigo posto Pioneiro. Na manhã de quarta-feira (30), caminhoneiros mantinham-se ali, em quantidade menor em relação à semana passada, perto do principal trevo de acesso à cidade. O local é o maior ponto de concentração da paralisação iniciada há nove dias, com informações às 14h de que estariam deixando o local.
Bebedouro ainda segue sem combustível à população, apesar da liberação do terminal de petróleo de Ribeirão Preto e da normalização parcial do abastecimento na região e no Estado de São Paulo.
Dos 22 postos de combustíveis da cidade, apenas um tem produto, mas exclusivamente para abastecer veículos de serviços essenciais como Corpo de Bombeiros, Polícia Militar, GCM, ambulâncias e Prefeitura.
A falta de combustível em Bebedouro, segundo informações apuradas pela reportagem, segue por “medo de represálias” por parte dos donos dos postos de combustível, que têm preferido manter os estabelecimentos sem funcionar.
Um deles, o empresário Mário Penna Verde, explica que a mesma corrida que aconteceu nos postos de combustíveis por parte dos motoristas, agora acontece nas distribuidoras pelos proprietários de postos: “Os empresários que trabalham com as bandeiras Petrobrás, Shell e Ipiranga, os produtos vêm do terminal de Ribeirão Preto, como é o meu caso, e também da Coopercitrus e do posto do Shopping. Então, há uma demora em virtude de várias solicitações. Talvez quem trabalhe com bandeira branca, tenha mais facilidade para receber o produto. O meu pedido, por exemplo, foi liberado pela distribuidora na terça-feira (29) para ser retirado na quinta-feira (31)”, informa o empresário, que não sabe dizer quando o produto de seu posto estará disponível para o consumidor.
O agravante, segundo Penna Verde, é que grupos que manifestam-se em nome dos caminhoneiros, bloqueiam as entradas de Bebedouro, impedindo a chegada de caminhões carregados de etanol e gasolina.
“Temo pela segurança dos meus funcionários, que podem até sair com o caminhão daqui, mas será que retornam?”, indaga o empresário.
Questionado pela reportagem se irá retirar o combustível em Ribeirão Preto, o empresário ainda não decidiu. “Vou analisar a situação”, informa.
A Gazeta entrou em contato com o Posto da Coopercitrus central e apurou que haverá combustível disponível para a população a partir das 15h.
Por volta de 11h de quarta-feira (30 de maio), extensa fila de carros e motos formou-se no posto TG, próximo ao cemitério São João Batista, de bandeira branca, a espera da possibilidade de abastecimento, sem a certeza de que o carregamento chegaria.
Segundo um dos frentistas, o caminhão, estaria em Pitangueiras, bloqueado pela manifestação, sem previsão de chegada. Já o proprietário do posto, que preferiu não gravar entrevista, confirma não haver previsão de chegada do carregamento.
Intermunicipais
Os horários dos ônibus intermunicipais Danúbio Azul e Rápido D’Oeste não sofreram alteração com a paralisação dos caminhoneiros e segue prestando serviços aos passageiros, com sua grade de horários.