Carlinhos, pedreiro, cinegrafista e ativista

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Roberto Carlos Menezes, o Carlinhos é pedreiro de formação, cinegrafista por paixão e militante social por opção. A história deste chefe de família começa quando ele foi abandonado pelo pai, mas isto não tirou o sorriso do rosto de um dos dirigentes da ONG Art Sol que trabalha com adolescentes da periferia.

Orgulho – Carlinhos com a esposa e dois dos filhos: a família que sempre lhe deu motivos para ser feliz.

 

Gazeta – Em qual bairro cresceu em Bebedouro?
Carlinhos – Em vários bairros. Morei no fundo do antigo campo de futebol da Goiás (onde está construído o Velório Municipal), no Jd. Bom Retiro, Jardim Alvorada, enfim, morei em vários lugares da cidade. Na minha infância, ficou na memória quando moramos na rua dos Andradas, no antigo cortiço.

GB – Como foi sua infância?
Carlinhos – Não sei o significado de infância, porque não tive. Comecei a trabalhar desde os sete anos e estudava no Educandário Santo Antônio. Eu estudava na parte da manhã e à tarde vendia salgados na rua. Era coxinha, empadinha, esfiha e biju, sei que muita gente nem se recorda que doce era este. Olha, agora falando, me deu uma vontade de comer (risos). Dos 9 aos 11 anos, eu trabalhei no Clube dos Engraxates. Eu engraxava sapatos toda parte da tarde, nos domingos e feriados, na região do centro. Aos 11 anos fui trabalhar em fazenda e depois fui chamado para trabalhar no Bebedouro Clube, onde trabalhei ajudando o Espanhol, no bar. Minha tia era cozinheira lá (Zumira Santos de Jesus). Depois fui trabalhar no Cutrale, onde descarregava caixas de laranja, isto foi até os 18 anos.

GB- O que fez na maioridade?
Carlinhos – Comecei a trabalhar de pedreiro e desde lá até hoje, continuei. E entre este tempo, logo depois que casei em 1988, conheci os irmãos Alfredo e Joaquim Magalhães, da Promag Vídeo, onde aprendi a filmar. E até hoje, nos meus horários vagos, faço filmagens de eventos e casamentos.

GB – Você falou apenas de trabalho, não deu tempo de divertir-se, jogar bola, por exemplo?
Carlinhos – Talvez a minha maior frustração esteja ai: sou um negão diferente que não sabe sambar e nem jogar bola. A minha infância não deixou tempo para isto. E mesmo quando jogava no Educandário Santo Antonio, era por muito tempo. E nem me recordo de brincar como criança.

(…)

Leia mais na edição n° 9562, dos dias 22 a 26 de junho de 2013.