Cigarro não é bala não!

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Numa época de muitos compromissos e obrigações o tempo acaba se transformando em algo precioso. Nessas circunstâncias, pelo menos um aspecto da vida pessoal acaba sendo muito prejudicado: a relação entre pais e filhos. Crianças e adolescentes que não têm a dedicação e o amor dos pais, se sentem isolados numa sociedade que mal consegue lhes abrir espaço. Como conseqüência muitos deles refletem um comportamento destrutivo ou agressivo, permeado de drogas. A situação é tão séria que algumas comunidades escolares dos Estados Unidos estão adotando um programa de mentores voluntários, dispostos a dedicar o seu afeto e tempo a aqueles que muito necessitam. Avaliações demostram que esses programas têm funcionado bem, ajudando os jovens a escolher caminhos melhores para resolver os seus problemas.

As drogas

A lista de drogas mais consumidas obtida pelo Levantamento Domiciliar sobre Uso de Drogas no Brasil, mostra que o álcool e o tabaco estão no topo, seguidos pela maconha, solventes, fármacos e cocaína. 
Outra pesquisa, esta realizada na Colúmbia Britânica (Canadá) e publicada na revista The Lancet, revelou que mulheres que fumam na adolescência têm maior risco de apresentar câncer de mama no futuro. Duas mil mulheres da Colúmbia Britânica responderam à pesquisa e cerca de 50% delas, tinha o câncer. Os cientistas dizem que o risco de câncer de mama associado ao fumo está ligado a substâncias cancerígenas contidas no tabaco como hidrocarbonetos aromáticos, aminas aromáticas ou nitrosaminas. O tecido mamário é mais sensível a algumas dessas substâncias, principalmente quando o hábito de fumar iniciou-se até cinco anos após a menarca – primeira menstruação. Especificamente para as mulheres que se encaixam nessa situação, o risco de contrair o câncer aumenta em até 70%.

Balanço geral

O mundo hoje possui cerca de 1,2 bilhões de fumantes. Destes, 30,6 milhões estão no Brasil. As grandes companhias tabagistas sempre tentaram persuadir principalmente o público jovem, associando o fumo à inteligência, à criatividade, ao espírito desportista e à própria juventude. Mais recentemente a indústria tabagista começou a apelar para a difusão de sabores nos cigarros de forma assertiva, como se ao fumar, o usuário estivesse comendo uma saudável fruta ou um delicioso doce como sobremesa.
Por uma atitude de bom senso e necessidade, o governo brasileiro, aliado a organizações não governamentais e associações de bairros e escolas, têm combatido esse tipo de mentira através de uma legislação rígida e de inúmeras campanhas antitabagistas e antidrogas. Mas a batalha é longa, difícil e principalmente, de todos nós. Afinal, droga não faz bem a saúde de ninguém.
Em agosto último a Aliança de Combate ao Tabagismo lançou um vídeo para comemorar o Dia Nacional de Combate ao Fumo. Para ver, acesse o YouTube e procure por “Cigarro não é bala”.

 (Colaboração de Wagner Zaparoli, natural de Bebedouro, doutor em Ciências pela USP, mestre em Ciência da Computação, professor de lógica e consultor. E-mail: [email protected]).

Publicado na edição nº 9602, dos dias 26 e 27 de setembro de 2013.