Em consonância com o Brasil das manifestações

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Movimento conseguiu dar seu recado, mas deve se precaver com os oportunistas de plantão.

Em poucas ocasiões a Câmara de Bebedouro esteve lotada. Em geral, isto acontece nas posses de vereadores, prefeito e vice, ou quando votam questões polêmicas, como a revogação da concessão do terreno das torres da Rádio Bebedouro.
Na noite de 25 de junho, o público novamente lotou as dependências do Poder Legislativo municipal, desta vez para manifestar repúdio contra a criação dos cargos de assessores para vereadores. Eram na maioria jovens estudantes, mas também havia professores, servidores públicos e até empresários.
Deve-se elogiar o comportamento do presidente da Câmara, Ângelo Daólio (PSDB) que, apesar de contar com guardas municipais à disposição, não fez uso da autoridade do cargo e nem optou por esvaziar o prédio. Além disto, deu oportunidade para que um representante do movimento falasse sobre as reivindicações.
Por outro lado, foi inócua a tentativa do vereador Nasser Abdallah (PV) de se colocar ao lado dos manifestantes. Depois que discursou teve que ouví-los aos brados, criticar sua abstenção na votação do projeto que criou os cargos de assessores parlamentares.
Os manifestantes souberam, de forma organizada, fazer seus protestos, ora com palavras de ordem, ora ficando de pé e de costas para a mesa diretora. Porém, como a palavra diz, trata-se de um movimento popular, e como tal, aberto à participação de todos, inclusive, daqueles que sempre estiveram envolvidos em chamamentos, contra tudo e todos, cujo vício é aparecer “bem na foto”.
Os vereadores têm a favor o tempo, porque em 30 dias de recesso, que se dá no mês de julho, o movimento pode arrefecer e assim serem mantidas as contratações dos assessores.
Para o movimento fica o desafio de usar os dias de paralisação da Câmara para colher assinaturas e aglutinar forças, para novamente cobrar os vereadores, em agosto. E terão que resistir à sedução dos políticos que tentarão instrumentalizá-los para fins eleitoreiros. Só o tempo dirá quem vence esta briga.
Publicado na edição n° 9563, dos dias 27 e 28 de junho de 2013.