Cidade à beira de nova proliferação de dengue e obra paralisada ameaçam trazer sérias consequências ao município.
Para muita gente, a maior doença do Brasil é a incompetência. Talvez esta seja a verdade de Bebedouro. Nas redes sociais proliferam postagens negativas contra o atendimento da rede pública de saúde, sem levar em conta que tudo é consequência de quatro anos de caos na gestão do setor.
A construção do UPA Central paralisada na gestão passada é o perfeito exemplo da ingerência da administração do ex-prefeito João Batista Bianchini (PTB), o Italiano. Ainda não se sabe a razão, mas o Depto de Engenharia fez medição equivocada da obra. Com base neste índice equivocado, foi repassada boa parte da verba do Ministério da Saúde para a construtora vencedora da concorrência. Passados os meses, não há como resolver o impasse entre a empresa que não quer terminar o serviço e a Prefeitura que precisa de tudo terminado.
O diretor de Saúde, Eurico Medeiros ouviu do ministro da Saúde, Alexandre Padilha, duas alternativas: ou a Prefeitura devolve os R$ 2,2 milhões ou termina a construção (por conta própria). Caso contrário, ficará impedida de receber verbas federais até que o caso seja apurado, o que pode levar anos.
Do mesmo modo pode-se descobrir ingerência até no combate à dengue em Bebedouro. Por quase quatro anos, não aconteceram mutirões de limpeza para combater os focos do mosquito transmissor. Por sorte, desde 2007, a cidade e a região não enfrentam epidemia. Mas se tivesse ocorrido de 2009 a 2012, é inimaginável quais seriam as consequências hoje.
É leviano acusar a gestão passada de sabotagem, mas o que se vê neste setor, é que tudo parecia estar amarrado por frágeis barbantes, prestes a se romperem por qualquer movimento. Se no ano que vem, o ex-prefeito subir no palanque para ser candidato a deputado, e fizer discurso contra a atual gestão da saúde, a primeira teoria ficará praticamente comprovada.
Não é caso de colocar a culpa toda nas costas de quem saiu, mas se a cidade for punida com retenção de verbas, alguém tem de responder criminalmente.
Publicado na edição n° 9530, dos dias 4 e 5 de abril de 2013.