Estado assina decreto contra desmobilização de hospitais

Primeira remessa de 120 mil doses da CoronaVac desembarca em São Paulo, na quinta-feira (19), vinda da China.

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Esperança – Dimas Covas, Jean Gorinchteyn e João Doria acompanham a chegada da primeira remessa, vinda da China, da CoronaVac. (Divulgação/Governo de SP)

Com o aumento do número de internações e casos de Covid-19 no Estado, a Secretaria Estadual de Saúde assina decreto determinando que os hospitais não desmobilizem os leitos que foram criados para atender, exclusivamente, pacientes infectados com o novo coronavírus.
“Neste momento, estamos em condição de bastante atenção e cautela frente a dados que sinalizam tanto aumento de casos, como de internações. Desta maneira, necessitamos de medidas estratégicas e cautelares, por este motivo, o governo assina decreto que determina a todos os hospitais públicos, filantrópicos e privados a não desmobilização de qualquer leito, seja ele de UTI ou de enfermaria, voltado para o atendimento da Covid-19”, declarou o secretário Estadual da Saúde, Jean Gorinchteyn, em coletiva.
Ainda de acordo com Gorinchteyn, também estão suspensos novos agendamentos de cirurgias eletivas de outras doenças, não consideradas emergenciais. “Os atendimentos haviam sido retomados nos meses anteriores, quando houve queda dos indicadores da Covid-19”.
Na segunda-feira (16), segundo o governo estadual, houve crescimento de 18% nas internações de casos suspeitos e confirmados do novo coronavírus, de 8 a 14 de novembro, em relação à semana anterior: a média diária das novas internações subiu de 859 para 1.009.

Quarentena prorrogada
O governo estadual prorroga a quarentena no Estado de São Paulo até 16 de dezembro. O decreto determina que o funcionamento de comércios e serviços continua seguindo o Plano São Paulo, com classificação sem alteração até 30 de novembro, mantendo as regiões nas fases amarela ou verde.
A atualização seria realizada nesta semana, mas, segundo João Doria, foi adiada em razão de instabilidade nos dados sobre óbitos e casos graves de coronavírus, provocada por falhas no sistema Sivep do Governo Federal. Além disso, a Secretaria Estadual de Saúde e o Centro de Contingenciamento do Coronavírus voltam a realizar análises a cada 14 dias, e não mais a cada mês.

CoronaVac
A primeira remessa de 120 mil doses da CoronaVac desembarcou em São Paulo, na quinta-feira (19), vinda da China. O governador João Doria, juntamente com Jean Gorinchteyn e o presidente do Instituto Butantan, acompanhou a chegada do imunizante em solo brasileiro.
“A vacina salva, protege e nos dará oportunidade de termos o novo, uma nova vida, uma nova situação com a proteção de toda a população. Nesta quinta-feira (19), recebemos 120 mil doses da CoronaVac para proteger vidas”, declarou Doria, em coletiva de imprensa, no Palácio dos Bandeirantes, explicando que o local em que as vacinas estão armazenadas permanece em sigilo por questões de segurança.
Esta é a primeira remessa a chegar ao país. Ao todo serão 46 milhões de doses, sendo seis milhões já prontas para aplicação e 40 milhões em matéria prima para formulação e envase em fábrica própria do Instituto Butantan.
Na terça-feira (17), resultados dos estudos clínicos da CoronaVac foram publicados pela revista científica Lancet Infectious Diseases e mostra que a vacina é segura e tem capacidade de produzir resposta imune no organismo 28 dias após sua aplicação em 97% dos casos.
Coordenado pelo Instituto Butantan, no Brasil os testes envolvem 13 mil profissionais de saúde em centros de pesquisa de São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Rio Grande do Sul, Paraná, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e Distrito Federal. Até o momento, mais de 10 mil pessoas já receberam ao menos uma das duas doses da vacina ou placebo.

 

Publicado na edição nº 10535, de 21 a 24 de novembro de 2020.