A partir do dia 15 deste mês, o governo do Estado de São Paulo aplicará, em parceria com os municípios, testes rápidos para a identificação do novo coronavírus, mesmo em quem não apresenta sintomas da infecção. Projeto-piloto já foi iniciado com a Polícia Militar, incluindo 35 mil profissionais da cidade de São Paulo e seus familiares, totalizando 145 mil pessoas.
Nesta primeira fase, serão usados aproximadamente um milhão de exames, dos quais 500 mil estão sendo adquiridos pelo Instituto Butantan, coordenador da Plataforma de Laboratórios para Diagnóstico de Coronavírus no Estado, com investimento de R$ 30 milhões. Os demais vieram do Ministério da Saúde e já estão sendo enviados aos municípios.
O teste rápido de Igm/Igg, que identifica em aproximadamente 15 minutos, a presença de anticorpos do vírus no sangue, será usado em pessoas que estiveram com pacientes positivos para Covid-19, mas permanecem assintomáticas por mais de 14 dias.
Também poderão realizar o teste rápido, independentemente de terem tido contato com pessoas infectadas, os profissionais das áreas da saúde e da segurança pública, população privada de liberdade, doadores de sangue e pessoas que vivem em asilos, casas de repouso, orfanatos, comunidades terapêuticas e os menores da Fundação Casa.
O protocolo para pessoas que tiveram contato com pacientes infectados pelo novo coronavírus e estão sem sintomas há menos de 14 dias, prevê-se a realização do exame do tipo RT-PCR, que identifica o material genético (RNA) do vírus. Este tipo de exame já vinha sendo realizado na rede pública de São Paulo, com prioridade para óbitos, casos graves e profissionais da saúde.
O teste rápido será indicado também para pessoas que manifestaram sinais leves da doença, após 14 dias do fim dos sintomas. Já para aqueles pacientes com sintomas menos leves será indicado o exame de RT-PCR.
“Estamos ampliando a estratégia de testagem da população e esperamos com isso ter melhor dimensão da curva de infecções no Estado de São Paulo. Isso é fundamental para a tomada de decisões no enfrentamento da pandemia”, afirmou Dimas Tadeu Covas, diretor do Instituto Butantan, na coletiva desta quinta-feira (30 de abril).
Rede de laboratórios – Criada no início de abril, a Plataforma de Laboratórios para Diagnóstico do Coronavírus zerou a demanda reprimida por exames de RT-PCR no Estado.
A rede possui 42 laboratórios habilitados e capacidade para fazer até 5 mil exames por dia, sendo que a partir deste mês a capacidade será de até 8 mil processamentos de amostras diárias.
Respiradores – João Doria anunciou a compra de três mil respiradores para reforçar a estrutura do Sistema Único de Saúde, no atendimento aos pacientes com os sintomas mais graves de Covid-19 nos hospitais públicos do Estado.
A previsão é que os primeiros 500 respiradores cheguem a São Paulo no fim desta semana e devem ser instalados no complexo do Hospital das Clínicas e outras unidades de referência em Covid-19 da capital. Até o fim de maio, a previsão é de que 500 unidades sejam entregues semanalmente, para que hospitais de todas as regiões do estado ganhem reforço.
Obrigatoriedade – A partir desta segunda-feira (4), será obrigatório o uso de máscaras de proteção para passageiros do transporte público dos 645 municípios do Estado, incluindo ônibus rodoviários fiscalizados pela Artesp. “A obrigatoriedade também é válida para táxis e aplicativos, e a especificação será feita pelas prefeituras municipais”, ressaltou João Doria.
Caberá às empresas e aos prestadores de serviços fiscalizarem e não permitirem a entrada e a permanência de pessoas sem máscaras no interior dos veículos.
Máscaras – O Estado de São Paulo recebeu, na quinta-feira (30 de abril), lote de mais de 7 milhões de máscaras cirúrgicas e N-95 importadas da China, do total de 18 milhões de máscaras. O investimento é de R$ 63 milhões, reforçando os estoques de equipamentos de proteção individual (EPIs) da Secretaria da Saúde e garantindo a segurança para profissionais que estão na “linha de frente” do atendimento aos casos da Covid-19.
Flexibilização – Em reuniões virtuais, o governador João Doria está apresentando os principais aspectos da flexibilização gradual e heterogênea da quarentena no Estado, que prevê a possibilidade de reabertura de comércio e serviços não essenciais a partir de 11 de maio.
O panorama de disseminação do coronavírus no Estado de São Paulo exige cautela. Das 645 cidades paulistas, 305 tiveram pelo menos um caso da doença. Do total de infectados, 8.644 foram detectados em cidades do interior, litoral e Região Metropolitana da capital.
“O isolamento social é fundamental. Cidades que estão mantendo o índice entre 60% e 70% serão cidades com mais oportunidades de flexibilização, do que aquelas que não estão tendo o mesmo desempenho”, declarou o governador.
Publicado na edição nº 10482, de 1º a 5 de maio de 2020.