Estado libera recursos para micro e pequenas empresas

Diretor do Instituto Butantan, afirma que CoronaVac está sendo testada contra variantes do Sars-Cov-2.

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Amostras de soro - O diretor do Instituto Dimas Covas afirma que o Instituto Butantan está testando a eficácia da CoronaVac contra a variante amazônica, do Sars-Cov-2. (Divulgação/Governo do Estado SP)

O Desenvolve SP liberará R$ 100 milhões em crédito para capital de giro, apoiando micro e pequenas empresas do Estado de São Paulo afetadas pela pandemia, em condições especiais.

A linha de crédito, totalmente digital, já está recebendo solicitações pelo site www.desenvolvesp.com.br e podem ser feitas por micro ou pequenas empresas com faturamento anual de até R$ 4,8 milhões.

A captação de capital de giro tem taxa mensal de 0,8% mais a Selic (taxa básica da economia brasileira) estipulada pelo Banco Central. O Desenvolve SP estendeu o prazo máximo de carência para 12 meses, com 60 parcelas mensais para quitação do empréstimo.

“O objetivo do Governo de São Paulo é reduzir os impactos econômicos causados pela pandemia. A oferta de capital de giro a juros baixos ajuda e contribui para que micro e pequenas empresas tenham condições de superar este período difícil da economia brasileira”, afirmou João Doria, em coletiva estadual, na segunda-feira (8), enfatizando que a oferta de crédito extra na economia estadual beneficia “principalmente empreendimentos que não conseguem acesso a outras modalidades de financiamento devido às garantias exigidas no mercado bancário, como aval de terceiros ou bens para alienação”.

O empreendedor pode escolher entre duas opções: o FGI (Fundo Garantidor de Investimentos) e o FDA (Fundo de Aval), criado pelo governo estadual, com recursos próprios, no início da pandemia. O Desenvolve SP permitirá que o empreendedor escolha também entre o faturamento de 2019 e o de 2020 na negociação do empréstimo, dando mais flexibilidade ao serviço.

Novo lote

O Instituto Butantan iniciou, no sábado (6), a produção de mais um lote da CoronaVac, a partir dos insumos que chegaram da China, na noite de quarta-feira (3).

Os 5,4 mil litros de matéria-prima enviados pela Sinovac ao Butantan permitem a produção de 8,6 milhões de doses, que passarão por envase, rotulagem, embalagem e processo de inspeção para controle da qualidade das ampolas. Estas doses começarão a ser entregues ao Ministério da Saúde dentro de 15 dias, para integrar o Plano Nacional de Imunizações.

Para esta quarta-feira (10), está prevista a chegada de mais 5,6 mil litros de IFA (Insumo Farmacêutico Ativo) da Sinovac, correspondentes a mais 8,7 milhões de doses. Além disso, estão em fase de negociação outros 8 mil litros de matéria-prima.

Ainda na coletiva de imprensa, Dimas Covas, diretor do Instituto Butantan, afirmou que as variantes do Sars-Cov-2 são motivos de preocupação.

“Bem, esta é uma preocupação de todas as vacinas, mas principalmente daquelas vacinas que têm uma única proteína como antígeno, que é chamada a proteína S. Quer dizer, de fato, estas vacinas têm apresentado desempenho inferior principalmente com essa cepa chamada sul-africana”, explicou Covas, mencionando que o Instituto Butantan já vem verificando a eficácia da CoronaVac contra a mutação do novo coronavírus, identificada no Amazonas.

Questionado sobre a eficiência da vacina no Brasil em razão de eventual falha na proteção contra mutações do vírus, o diretor do Instituto declarou que “no caso das vacinas de vírus inativado, como a CoronaVac, por exemplo, já há teste contra estas duas variantes, a inglesa e a da África do Sul, e que mostraram bom desempenho. Estamos neste momento, testando contra a variante chamada amazônica. Estamos, inclusive, fazendo com as amostras de soros de pessoas vacinadas aqui no Brasil e brevemente teremos os resultados”, ressaltou Covas.

Corte de verbas

A Secretaria Estadual de Saúde de São Paulo determinou o corte de 12% nas verbas para entidades filantrópicas, autarquias, fundações e instituições de saúde universitárias, em ações não relacionadas à Covid-19. A resolução foi publicada no Diário Oficial do Estado em 5 de janeiro e entrará em vigor no prazo de 40 dias, a partir da publicação, ou seja, em março.

De acordo com a resolução, a medida foi adotada por causa da “necessidade de ajuste orçamentário de custeio”, além da implementação de recursos na aquisição de insumos e contratações de emergência para o combate à pandemia da Covid-19. Ainda segundo a Secretaria Estadual de Saúde, a resolução leva em conta “a necessidade de manter a austeridade e rigor nos gastos, preservando a qualidade dos serviços públicos”.

A medida atingirá 180 unidades hospitalares, dos programas Pró-Santa Casa e Programa Sustentável. O programa Pró-Santa Casa atende 117 instituições e deixará de receber R$ 41 milhões por ano. Já, o Programa Sustentável, que inclui 63 instituições, perderá R$ 39 milhões. A verba é utilizada para custear despesas como compra de medicamentos, insumos hospitalares, médicos, enfermeiros, recepcionistas e serviços de limpeza.

Uma das Santas Casas que será atingida é a de Barretos que poderá fechar até 50 leitos de UTI e de enfermaria. A unidade atende 18 cidades da região, incluindo Bebedouro e pode perder cerca de R$ 2 milhões em verbas estaduais.

“Estou tentando equacionar um plano de médio prazo buscando recurso financeiro nos bancos para suportar o tamanho do corte que foi dado em uma época que deveria ter o reconhecimento de ajuda suplementar. Veio o corte na receita do que o Estado repassa e um aumento na tabela dos insumos dos medicamentos”, afirmou Henrique Prata, administrador da Santa Casa de Barretos.

Publicado na edição 10.553 de 10 a 12 de fevereiro de 2021.