
Quem mora na zona rural ou tem propriedades de terras, usinas, utiliza com frequência as chamadas estradas rurais ou municipais que em sua maioria não possuem pavimentação, ou seja, é na terra vermelha mesmo.
Estas estradas são mantidas pelo município e contam, eventualmente, com a ajuda do governo estadual.
Infelizmente, ao longo dos anos e por falta de técnicas modernas que hoje já existem, as estradas foram sendo mantidas com as famosas Patrolas ou Motoniveladoras. Qualquer buraco que aparecia na estrada lá ia o Patroleiro e raspava aquele trecho deixando tudo lisinho novamente. Acontece que isto foi gerando o afundamento do leito das estradas criando um canal por onde as águas de chuvas não têm por onde sair. Hoje andamos por estas estradas e é muito comum barrancos enormes nos ladearem. Pois é, estas águas não tem por onde sair e vão levando tudo que tem pela frente, carreando terras e gerando mais buracos e erosões, e sabem onde vão parar? Nos rios, córregos e riachos. Lembra que há alguns anos íamos passear em sítios ou fazendas e sempre tínhamos um córrego para nadar? Isso é passado. Estão todos assoreados com um pequeno fio d´agua correndo entre areias e vegetação.
Mas nem tudo está perdido. Hoje existem técnicas modernas de conservação. Mas como recuperar o que já está totalmente danificado? Existe um programa estadual chamado “Melhor Caminho”. Este programa visa convênios com municípios para recuperação destas estradas rurais melhorando toda questão do solo. Com a melhoria das estradas o escoamento agrícola é melhor, os rios param de assorear, e as próprias estradas resistem mais tempo às variações climáticas. Neste trabalho também é feito trabalhos internos nas propriedades confrontantes para retenção de águas, os chamados Terraços, ali as águas ficam retidas mais tempo sobre o solo gerando uma infiltração lenta e eficiente, fazendo que durante os períodos de seca ela se mantenha mais tempo úmida retardando assim os estragos gerados pela seca.
O trabalho consiste em colocar a estrada novamente em condições de escoar as águas pluviais, para isso são desmanchados temporariamente cercas e em último caso cortadas árvores e trechos de lavouras das propriedades confrontantes.
Embora este programa tenha sido instituído pelo Decreto Estadual nº41. 721, de 17 de abril de 1997, portanto há mais de 10 anos, ações mais efetivas têm sido realizadas nos últimos 5 anos. Em Bebedouro temos e já tivemos convênios para recuperação de várias destas estradas, mas ainda longe do ideal, pois todo o estado de São Paulo tem esta demanda.
Para se ter uma ideia de grandeza, a cidade de Bebedouro tem aproximadamente 500 quilômetros de estradas rurais que pertencem ao município. Uma parceria com o Estado através do D.E.R. está sendo feita neste momento e no mês de março/2020 deveremos ter uma ação importante desta parceria em nossas estradas. Não é nada fácil, mas a cada dia melhoramos um pouco mais.
(Colaboração de Paulo Camargo, engenheiro civil e sub-diretor municipal de obras.)
Publicado na edição nº 10467, de 29 de fevereiro a 3 de março de 2020.