
Para conhecer as previsões do clima, a curto e médio prazo, costumo valer-me das matérias sobre Agrometeorologia, publicadas pelas revistas Canavieiros da Canaoeste/Copercana e Revista Agropecuária Cooopercitrus.
As edições de maio das duas publicações apontam ausência de chuvas significativas e temperaturas acima das médias históricas para o trimestre junho-julho-agosto/21. Ou seja, mais um ano quente e seco.
O impacto sobre a nossa região é enorme, visto que as culturas mais atingidas são o café, cana de açúcar e citrus, justamente em um período bastante sofrido por conta do coronavírus.
Estas adversidades climáticas são, em resumo: sucessão de três anos com poucas chuvas; invernos com temperaturas acima da média histórica; temperaturas quase extremas nos meses de agosto, setembro e outubro.
Avaliar as perdas sofridas e o impacto sobre a economia regional é o principal assunto das mídias especializadas, no momento.
Na safra passada, foram moídas 605 milhões de toneladas de cana; o fechamento do ATR médio em 31/03/21 foi de 144.72 kg por tonelada e o preço foi de R$ 0,7783/kg.
A produtividade média foi de 77,9 toneladas por hectare.
Para a atual safra, a média das estimativas realizadas pelos diferentes órgãos de pesquisa foi de 560 milhões de toneladas, com variação de 10 milhões a maior ou a menor.
Com relação à safra passada, haverá quebra de 50 milhões de toneladas, o que corresponde à moagem de dez unidades industriais de grande porte.
Os primeiros informes desta safra, referentes aos meses de abril e maio, mostram grande quebra de produção.
O preço do kilo do ATR em 31/05/2021 foi de R$ 1,0364 – Consecana.
Em faturamento o aumento dos preços está compensando as perdas havidas no campo.
O comparativo entre o preço do ATR e a quebra da produção agrícola, balizará as decisões dos produtores para este ano safra.
Todavia, é bom não esquecer que os danos aos canaviais perdurarão por no mínimo duas safras – 2021/2022 e 2022/2023 – e que o aumento do custo de produção da cana já chega a 30% para alguns insumos.
Boa safra de cana a todos!
(Colaboração de José Mário Paro, engenheiro agrônomo e produtor rural).