Há 37 anos vendendo saúde

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Bebedouro, década de 50. Olívio Mazzuco trabalhava em uma farmácia, dona Maria em uma padaria, a paquera começou quando ainda eram bem novos. No caminho para casa, ele comprava pão, ou fingia. Ela passava na farmácia São Benedito e tomava uma injeção, ou comprava qualquer medicamento. Tudo valia a pena para a troca de olhares. Até que, finalmente, em 1962 eles se casaram. Em 1975, por incentivo de dona Maria, o senhor Olívio abriu seu próprio negócio, a Farmácia Bom Jesus, localizada no centro de Bebedouro. Nela trabalham os filhos, um neto e sete funcionários escolhidos a dedo. O negócio é bastante familiar, e muitos clientes já tornaram-se amigos do casal. Mas por que será que dona Maria e o senhor Olívio são o Gente desta semana? Entre tantas farmácias existentes em Bebedouro, por que a Bom Jesus se destaca? São essas respostas que você encontra a partir de agora.

A importância do passado para o presente - Em uma farmácia renovada, o casal ainda guarda móveis, objetos, e produtos dos velhos tempos.

 

GB – Onde nasceram? E quando?
Maria – Em Bebedouro, no dia 13 de maio de 1940.
Olívio – Também nascido aqui, só que foi no dia 16 de agosto de 1940.

GB – Como foi a infância? Onde viveram?
Maria – Foi aqui, meu pai tinha sítio, meu tio, armazém, a gente gostava muito de comércio, meu avô era comerciante, sou sobrinho do Zico da Casa Glória, um grande comerciante em Bebedouro. A gente viveu aquele tempo gostoso do sítio, onde o pai, em noite de luar, brincava com a gente de pique, de roda, era muito gostoso.
Olívio – Meu berço foi onde é a Padaria Florença hoje, saí dali com 7 anos de idade, dali mudamos para a rua Prudente de Morais. Naquele tempo eu ajudava meu pai, ele tinha uma carroça, eu ajudava a tratar dos burros, carregava tijolo, telha, os materiais vinham tudo pelos vagões na Fepasa… Éramos nove irmãos e ninguém ficava parado. Nadava em todos os rios daqui da cidade, açude…

GB – Do que têm saudades?
Maria – De muita coisa, daquela Bebedouro calma, tranqüila, sem violência, todos tinham serviço, desfrutar do melhor. Hoje encontramos uma Bebedouro difícil. Eu mesma fui para Americana, meu pai tinha uma padaria, não se deu bem, fomos para Americana trabalhar em fábricas.
Olívio – Sempre teve serviço, agora é a falta de emprego. Mas vivemos bem o passado.

GB – Onde estudaram?
Maria – No Conrado Caldeira, depois passei para o Paraíso Cavalcanti, mas não dei sequência, ajudava meu tio no armazém. Fazia a parte de escrita lá, de crédito da freguesia, era tudo nos talões, não existia computador.
Olívio – Sempre na Abílio Manoel, mas não terminei também, só trabalhava.

GB – Quem foram seus pais?
Maria – João Ricardo da Costa e Aparecida Silva da Costa, eles tinham o sítio e trabalhavam lá, naquele tempo plantava-se muita mandioca, milho, arroz, vendíamos com fartura.
Olívio – Humberto Mazzuco e Lucia Signore Mazzuco. Tinham um terreno, uma chácara aqui na cidade, criavam porco, galinha, horta…
Maria – Era uma chácara maravilhosa, você chegava e ficava deslumbrado.

 

(…)
Leia mais na edição n° 9442, dos dias 25, 26 e 27 de agosto de 2012.