
Mudança do sistema prioriza acolhimento humanizado e tratamento dos casos prioritários.
Está em fase de implantação no Hospital Municipal, um ousado sistema de triagem de atendimento, tentado em outras administrações, mas sempre fracassaram.
Adotar procedimentos para priorizar os pacientes de mais gravidade é a linha adotada pelo Ministério da Saúde e sobretudo por ser considerada uma medida sensata, administrativamente. Não pode esperar sentado um paciente suspeito de infarto do miocárdio.
O planejamento desta ação foi elaborado pelo diretor de Saúde Eurico Medeiros e pelo vice-prefeito Rômulo Camelini (PMDB), que é bom ressaltar, colabora de forma gratuita porque não tem cargo no setor, mas carrega a responsabilidade da experiência médica no setor público.
Para que a tentativa obtenha sucesso, desta vez, foram contratados profissionais com experiência na implantação de triagem da Fundação Pio XII, um das mais renomadas instituições de saúde, conhecida por seu alto padrão de atendimento.
Também de Barretos foi trazida da Secretaria Estadual de Educação, a ex-diretora do Hospital Municipal, Francisca Moreira Pires, expert na gestão pública da Saúde.
Todas estas medidas são para contornar o maior problema da Saúde Pública, a extrema defasagem da tabela do SUS. Sem recursos necessários para custear os atendimentos, as prefeituras são obrigadas a se repensarem financeiramente.
Um bom exemplo da falência do SUS é a situação da Santa Casa de Barretos, responsável pelo acolhimento de pacientes graves da região, inclusive de Bebedouro. O rombo financeiro é enorme, mesmo com anos de contenção de gastos. A Prefeitura de Barretos assumiu a gestão, mas é apenas transferência de ônus.
Enquanto isto, o maior responsável por todo o caos, o Governo Federal, embarca na estratégia indisfarçavelmente inspirada no jeito Hugo Chaves de fazer política, ou seja, populismo. O Programa Mais Médicos pode até ser carregado de boa intenção, mas não atinge o centro da doença, a ausência de estrutura nos postos de Saúde. Jogar nos confins do Brasil, médicos brasileiros, espanhóis ou cubanos, serve apenas como ação de marketing. Muitas prefeituras não aderiram ao programa justamente porque a contrapartida é maior que o beneficio.
Em Bebedouro, é louvável a união médica para melhorar o atendimento do Hospital Municipal. É grande a torcida para que dê certo. Mas se o repasse federal continuar minguado, todos os hospitais públicos serão forçados atender apenas quem tem risco de morte. O certo é trocar o slogan “Mais Médicos”, por “Mais Dinheiro pra Saúde”.
Publicado na edição nº 9591, dos dias 31 de agosto, 1º e 2 de setembro de 2013.