

A breve paralisação da terceira fase da vacina CoronaVac não interferiu no cronograma de aplicação do imunizante. A afirmação é do diretor do Instituto Butantan, Dimas Covas, em coletiva de imprensa, na quinta-feira (12), no Palácio dos Bandeirantes.
“Dois dias não irão interferir no andamento da vacinação. O estudo clínico prossegue e a Anvisa tem papel importante nisto, dando seriedade a este processo, porque ainda poderia estar paralisado. O fato de ter respondido rapidamente é positivo”, ressaltou Covas.

Entretanto, o diretor do Butantan avalia que é necessário avançar mais rápido nos ensaios clínicos. “Estamos no momento de realmente acelerar este estudo para obter resultados o mais rápido possível e salvar vidas”, afirmou Covas, mencionando que faltam mais de dois mil voluntários para totalizar os 13 mil previstos no protocolo de estudo, com objetivo de atestar a segurança e eficácia da vacina contra a Covid-19.
“Em três meses, tivemos mais de 18 mil vacinações. Foram mais de seis mil voluntários por mês. Este é o maior estudo em andamento no Brasil”, declarou o diretor.
O estudo da CoronaVac, vacina contra a Covid-19 desenvolvida pela chinesa SinoVac LifeSciences, foi suspenso na segunda-feira (9) pela Anvisa após a morte de voluntário. Na quarta-feira (11), a agência liberou a retomada dos testes após esclarecimentos do caso pelo Instituto Butantan e da constatação de que o evento adverso não teve “nenhuma relação com a vacina”.
Testes
Para completar o quadro com os cerca de dois mil voluntários que faltam para o estudo, testes serão iniciados com idosos, grávidas e puérperas e crianças voluntárias. Até o momento, somente voluntários profissionais da área da saúde eram admitidos.
Segundo Dimas Covas, essa exigência não será mais feita para a testagem nos próximos grupos, mas ele não detalhou como será o processo de seleção de voluntários, na entrevista coletiva que concedeu ao lado do governador paulista, João Doria (PSDB), no início da tarde de quinta.
“Vamos iniciar o grupo de idosos porque a resposta vacinal neste grupo pode ser diferente da que temos em adultos jovens, em grávidas e em crianças. Terminando estes 13 mil voluntários, na sequência, virão os idosos para testar resposta imunológica. Se será preciso, uma dose, duas ou três doses; concentrações diferentes de antígenos em cada dose. Tudo para conhecer como os idosos respondem à vacina”, explicou Covas.
Pólio e Multivacinação
As campanhas de vacinação contra a poliomielite e a multivacinação foram encerradas, na sexta-feira (13). O secretário Estadual de Saúde, Jean Gorinchteyn, afirmou, na coletiva, que a taxa de cobertura vacinal teve o pior resultado dos últimos anos no Estado de São Paulo.
“Para poliomielite, até quarta-feira (11), a adesão de crianças de 1 a 5 anos estava em apenas 52,4%. A meta é proteger pouco mais de dois milhões de crianças, representando 95% do público-alvo. A taxa de 48% para pólio é uma ameaça de morte e de paralisia infantil para as nossas crianças”, ressaltou o secretário de Saúde, completando que nos últimos três anos, a taxa vem caindo ano a ano.
Segundo Gorinchteyn, após o término das campanhas, a Secretaria Estadual de Saúde avaliará se as ações serão prorrogadas. “Temos obrigação de atuarmos contra estes índices. Primeiro, porque somos pais responsáveis que levam seus filhos as unidades de saúde. Segundo, porque como poder público, se for preciso, prorrogaremos mais vez as campanhas e cobraremos por isso”.