
Chuva cai, mas não ameniza seca.
Parece que os tempos são mesmo de verdades que não mudam ou não resolvem os atuais problemas que vivemos. Eles são bem mais profundos que factuais.
Por isso, é tempo de reposicionar nossos comportamentos.
Como por exemplo, esta estiagem que nunca vivenciamos e que o bebedourense insiste em não entender sua dimensão. Sequer o vereador que pediu vistas ao projeto que o Saaeb foi obrigado a enviar à Câmara para aprovação, endurecendo a lei para os desperdiçadores de água.
Sempre foi assim, se não é por bem tem que ser à força. Se os usuários da água foram conclamados a economizar e fazem de conta que o problema não é com eles, só pode ser por força da lei, doendo no bolso com aplicação de multas mais caras e maior fiscalização. Ou será que os desperdiçadores não perceberam que Bebedouro não é o oásis do deserto?
Estudos apontam que os imensos canaviais plantados ao nosso redor contribuem para a mudança no clima do sudeste brasileiro; outros estudos provam que o problema está no desmatamento da Floresta Amazônica.
Enquanto isso, aqui, chegou a hora de entendermos que usar racionalmente a água é nossa única alternativa.
Já a indústria brasileira, depois de quase um semestre em queda, retoma o crescimento timidamente à taxa de 0,7%, mas a perda foi tanta que dificilmente será compensado neste ano, com o cenário posto da economia brasileira.
Assim também está sendo em Bebedouro, com as indústrias exportando mais em julho, como noticiado pela Gazeta na edição 9739, do final de semana, mas que não alcançarão o patamar de 2013, principalmente porque o consumo de suco de laranja no mundo caiu.
É preciso encontrar alternativas neste nosso mundo sem fronteiras. A Cutrale, por exemplo, que detém 40% do mercado de suco, aliada ao Banco Safra, tenta aumentar sua fatia no competitivo mercado mundial de frutas, fazendo proposta para adquirir a americana Chiquita, distribuidora de bananas, ainda em tratativa sem sucesso. Mas a luta segue.
Queremos mudança, não a mudança pela mudança, mas aquela que mexe com o comportamento individual em benefício do coletivo.
Publicado na edição nº 9741, dos dias 4 e 5 de setembro de 2014.