Sarah C.P.Cardoso
Os norte-americanos nos dispensaram a imagem de “quarto poder”. Para mim, o exercicio do jornalismo pode ser comparado ao sacerdócio. Muitos vão dizer, ‘que exagero’, outros, ‘que presunção’… Mas alguns, e certamente aqueles envolvidos com a missão de informar, hão de concordar.
O maior compromisso do jornalista é o respeito e a valorização dos cidadãos de sua comunidade. A maior meta do jornalismo é o estabelecimento contínuo do sentimento coletivo, como agentes de mudança.
Ao longo do tempo e assim se fez sua história, Bebedouro instituiu sua mídia primando pela integridade moral de sua população, alimentando sonhos de grandeza e prosperidade, em busca contínua de evolução.
Grandes personagens surgiram para levar a cidade a esse resultado. Tive o privilégio de nascer no lar de um deles. O jornalista Juca Caldeira fez da Gazeta de Bebedouro, um instrumento eficaz, cuja função era colocar em prática a responsabilidade social, quando o termo ainda sequer era usado como diferencial competitivo de marketing, ou expressão de moda como o é hoje. Era exercitado todos os dias, todas as horas para garantir que os anseios de uma população inteira se tornassem realidade. E só descansava quando conseguia seu objetivo… até abraçar outra boa causa que o levaria novamente a lutar por ela nas páginas do seu jornal, levando às últimas conseqüências, o direito e o dever de informar.
Como herdeira de seu DNA, o jornalismo transformou-se em vocação e a ética, minha opção primeira por formação. Com muito orgulho tento trilhar o mesmo caminho.
Pela memória de Bebedouro e por todos os veículos de comunicação que pautam seu trabalho à luz dos princípios morais, queremos dar continuidade à Campanha pela Ética na Imprensa, conclamando os empresários a valorizarem suas marcas, anunciando em órgãos de imprensa éticos e idôneos, que respeitam os bebedourenses e que, principalmente, valorizam o bem comum.
Não é utopia esperar que a iniciativa privada reconheça e separe o ‘joio do trigo’. O nosso setor precisa ser aprimorado, porque é inconcebível que a racionalidade não prevalesça. O que está em foco hoje, são as agressões aos conceitos éticos nem sempre definidos. Repórteres têm a missão de estabelecer o elo entre a denúncia da comunidade e o dever de informar corretamente, no jornalismo investigativo. E no jornalismo da prestação de serviços, contribuir para transformar em realidade, seus anseios.
Concorrentes sim, por quê não… nos impulsionam a evoluir sempre, pautados na dignidade e na transparência. Sempre com pensamento no coletivo. Nunca no subterfúgio. Nunca no anonimato. Nunca no interesse particular ou excuso.
Ética no jornalismo é moral.