
O que era para ser um trabalho social voltado para as meninas carentes do município, tornou-se um projeto que estourou e tem levado o nome de Bebedouro ao destaque. É pelas mãos do técnico Marcelo Castro, ao lado do treinador Cícero Luiz, que o Futsal Arte tem sido moldado constantemente, buscando a perfeição em cada toque de bola, em cada ataque, em cada campeonato. A este trabalho Castro se dedica desde 2004, quando iniciou o projeto. Aqui ele conta um pouco da sua vida, e de como chegou ao que é hoje. Errando, acertando, tomando decisões que poderiam até ser precipitadas, mas tornaram-lhe o profissional e ser humano que é hoje!

GB – Em qual cidade você nasceu? Quando foi?
Marcelo – Bebedouro, em 4 de novembro de 1979.
GB – Onde estudou?
Marcelo – Comecei no Abílio Manoel, onde fiz do primário até a 5ª série, fui para o Augusto Vieira, fiz lá até a 7ª série, depois fui para o Stélio, onde terminei a 8ª série, voltei para o Abílio Manoel, fiz o 1º colegial, depois fui para o Paraíso Cavalcanti, onde terminei o ensino médio.
GB – Por que tantas mudanças?
Marcelo – A família ía mudando de residência e eu fui acompanhando, mas foi bom porque tive contato com vários professores, incentivadores.
GB – Quais lembranças tem de sua infância? O que costumava fazer?
Marcelo – Me lembro da rua Alfredo Ellis, hoje já não existe um campinho de futebol lá, acordávamos 8h, na época de férias, e jogávamos bola até 17h. Eram muitos moleques que íam ali, e hoje já são várias pessoas formadas! Gostava de pipa, carrinho de rolemã. Naquela época não tinha tanto movimento na rua como tem hoje. Me lembro de caçar onde hoje é o Centenário, era uma mata fechada… me lembro de muitas peripécias, mas sempre muito saudável, com respeito. Tive uma infância rica em movimento motor, em pessoas que conheci, que passaram na minha vida. Costumo dizer que a vida é um trem, cada etapa da vida é uma mala que vem, o duro é você viver 80 anos e olhar para seus vagões e ver que estão todos vazios…
GB – Do que tem mais saudades?
Marcelo – Tenho mais saudade do meu avô (materno), faleceu em 1991, eu era muito novo. Tudo o que faço desde minha formação em 2004 na faculdade, incluindo os títulos que as meninas (futsal) conquistam com um pouco do fruto do meu trabalho, eu dedico a ele, sr. José Moreira. É uma pessoa que veio, não teve riquezas, mas também morreu sem dever nada a ninguém. Hoje isso é algo raro de acontecer. Sempre foi o alicerce da família.
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Leia mais na edição n° 9413, dos dias 16, 17 e 18 de junho de 2012.