Conhecido por exercer sua profissão sem pensar em remuneração, deixa esposa, três filhos e muitos admiradores.
“Trabalhar bastante e não parar nunca. Só parar quando não puder mexer mais nada”. A frase foi dita a Gazeta por um dos médicos mais tradicionais de Bebedouro, doutor Petrônio Stamato Reiff, que faleceu às 3h de sexta-feira (21), no Hospital Sírio Libanês, em São Paulo, onde permanecia internado, devido à sua saúde frágil.
Natural de Monte Azul Paulista, doutor Petrônio mudou-se para Bebedouro aos 10 anos. Era casado há 50 anos com Neuza Bezerra de Menezes Reiff, com quem teve os filhos, Maria Amélia, André e Paulo.
O velório aconteceu na tarde de sexta-feira (21), no Clube dos Médicos, reunindo familiares e muitos amigos, dentre eles, o médico e admirador Luiz Roberto Mathias.
“Ele era meu maior amigo, só isso. Muito do que sei hoje, não só na carreira médica, mas na vida, devo a ele, aos aprendizados dele”, diz Mathias, emocionado.
Doutor Petrônio dedicou sua vida à medicina, principalmente àqueles que não tinham condições de remunerar seus serviços, “atendo 60% dos pacientes assim. Se tivesse oportunidade de recomeçar minha vida, novamente estudaria medicina”, dizia ele na página Gente.
Durante sua entrevista, em setembro de 2008, enfatizava que às vezes ficava admirado ao ver que atendeu o filho, o pai, o avô e até o neto de uma mesma família.
“Não é paixão. Acho que a pessoa pode gostar de qualquer profissão. Só começar a se dedicar que acaba se apaixonando pelo ofício. Agora estou me afastando aos poucos do serviço, mas não pretendo parar”, explicava.
Para o prefeito Fernando Galvão, “Bebedouro perdeu um dos seus mais ilustres filhos, detentor de uma inteligência rara e um bom humor contagiante. Doutor Petrônio foi uma referência na Medicina de Bebedouro e de toda a região. Vamos buscar uma forma de eternizar seu nome para retribuir todos os serviços prestados a todas as famílias da cidade”.
Fábio Mesquita Ribeiro, filho do também médico e amigo de doutor Petrônio, doutor José Deodeciano Ribeiro, conta do vínculo muito próximo que mantinham.
“Ele era médico, amigo e sócio do meu pai. Nossas famílias sempre estavam juntas”.
O também médico, filho de Dr. Ribeiro, José Carlos fala com carinho dos ensinamentos do dr. Petrônio, não só na área médica, mas na vida: “Tinha muita admiração, respeito, não só por ser um excelente profissional, mas seu caráter, honestidade e por sua dedicação aos pacientes e familiares. Muito solidário, não medindo esforços para ajudar o próximo”, recordando-se que acompanhou muitas cirurgias realizadas por doutor Petrônio: “Ele era um mestre, um professor. A família do Dr. Petrônio era muito ligada à nossa, pois ele era muito amigo do meu pai. Lamentamos muito a morte dele”.
Após ser velado na sede do Clube dos Médicos, o corpo seguiu para Jaboticabal, onde foi cremado.
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Leia mais na edição nº 9881, dos dias 22, 23 e 24 de agosto de 2015.