Nenhum município é uma ilha

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Governo do Estado de São Paulo deve promover regionalização das soluções.

Nesta quinta-feira (14), o Governo de São Paulo promoverá na capital, encontro com todos os prefeitos. Secretários estaduais e diretores de autarquias e fundações estarão à disposição dos governantes para mostrar quais os programas e convênios oferecidos. Há quem diga que este será uma espécie de encontro nacional dos prefeitos, em versão estadual. A presidente Dilma Rousseff (PT) e o governador Geraldo Alckmin (PSDB) estão em campanha de reeleição, portanto não é de surpreender que esta seja uma estratégia de aproximação política.
Mas para os prefeitos, principalmente os recém-eleitos, pouco importa a sucessão estadual e presidencial neste momento. Atolados com dívidas herdadas e queda vertiginosa da receita própria, eles são obrigados a malabarismos contábeis para quitar os débitos antigos e conseguir reestabelecer o funcionamento da máquina pública.
Porém, há problemas que isoladamente o prefeito não pode solucionar. Um dos exemplos é com referência à destinação final do lixo doméstico. Os aterros sanitários estão encerrados ou prestes a terem suas capacidades esgotadas. A terceirização que se mostrava medida razoável tem se demonstrado onerosa a longo prazo.
Nesta semana, os prefeitos de Bebedouro e de Barretos encontraram-se para discutir a retomada do consórcio do lixo. O assunto envolve as prefeituras da região que também precisam urgentemente de ajuda. A opção é a construção de usina de processamento que poderia ser absorvida e dividida por pelo menos cinco cidades.
Mas o que chama atenção é que a discussão unindo Bebedouro e Barretos não faz parte da política pública estadual, que seria incentivar as cidades a buscar soluções conjuntas.
Por exemplo, poderia ser aperfeiçoada a municipalização da Saúde, destinando mais verbas, pelo menos o triplo para cidades como Bebedouro que mantém atendimento regional. Além disto, poderia haver punição para as prefeituras, cujo sistema de saúde, consiste em colocar doentes em peruas e despejá-los nas portas de Santas Casas e Hospitais Municipais de cidades maiores. Infelizmente, o que todos sentem falta é de planejamento estadual. Na Assembleia Legislativa, deputados estaduais agem como vereadores de cidades pequenas, pensam apenas em seus currais eleitorais. E ninguém está pensando como melhorar a vida no estado mais rico do País.

Publicado na edição n° 9522, dos dias 14 e 15 de março de 2013.