
A infância de Ney é de dar inveja a qualquer sambista: conviveu com lendas da MPB como Clementina de Jesus e Almir Guineto. Na maturidade, a vida de instrumentista lhe trouxe até Bebedouro onde ficou encantado pela cidade e pela passista Aurélia, em pleno Carnaval da Terra da Laranja.

Gazeta de Bebedouro- Como migrou da Bahia para o estado de São Paulo?
Ney – Saí de Jurandir aos seis anos. Meu pai saiu da Bahia para procurar emprego em São Paulo. Pouco tempo depois de conseguir serviço, na indústria Arno, ele retornou para levar a família também, para morar em uma casa no bairro Ipiranga.
GB – Como foi sair do interior baiano e chegar na grande cidade?
Ney – Para nós, que éramos criança, tudo era bom. Era novidade e achávamos tudo bom. Somos sete irmãos, Ivanil, João, Avelita, Júlio, eu, Jean e Zaurísio.
GB – Como nasceu seu gosto pela música?
Ney – Isto começou da seguinte maneira, na década de 80, em São Paulo, meu tio teve a ideia de formar um grupo infantil de samba, chamado Toca do Coelho. Todos os quatro integrantes eram primos. Foi um ano de ensaio em cima de ensaio, com muita cobrança dele. Na verdade, ele forçava a gente a tocar. Não tinha esta de livre e espontânea vontade. Nossa estreia foi na Rua do Samba (no Boulevard da Av. São João – São Paulo). Eu tinha apenas 13 anos.
GB – Você teve como escolher o instrumento ou foi imposto por seu tio?
Ney – Foi ele. Eu comecei a tocar pandeiro. Era ele que escolhia o que cada um fazia no grupo. Com o tempo, meu tio achou que o grupo precisava de um violão, foi aí que ele determinou que eu tinha de aprender a tocar. O pandeiro ficou para outro.
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Leia mais na edição nº 9629, dos dias 30 de novembro, 1º e 2 de dezembro de 2013.