O investimento na construção de prédio é a justa recompensa à cidade que há quase duas décadas atende a região.
A informação, dada em primeira mão pela Gazeta, de que o governador Geraldo Alckmin (PSDB) construirá novo novo hospital municipal em Bebedouro, deve ser muito comemorada pela população, a principal beneficiada.
Desde os tempos da Santa Casa de Misericórdia, Bebedouro é responsável pelo atendimento médico da região. Isto aumentou com a reabertura do Hospital Júlia Pinto Caldeira, que antes pertencia a iniciativa privada, e há 17 anos é mantido pela Prefeitura.
Todo mundo conhece as reclamações dos usuários feitas em todas as gestões anteriores, sobre demora no atendimento e falta de médicos. Mas há também histórias de partos e cesárias emocionantes, curas após longo tempo de tratamento, gente que chegou na porta do Pronto Socorro, entre a vida e a morte, e agora pode ler o texto deste editorial.
O que aconteceu de errado nestes últimos 17 anos, foi o aumento do comprometimento orçamentário da Prefeitura de Bebedouro com a Saúde, que chega aos altíssimos 31%, enquanto por força da Constituição Federal deveria ser apenas de 15%. Infelizmente, no mesmo período, nas prefeituras da microrregião, não foi esta a tendência, pelo contrário, aconteceram mais festas do que investimentos em Saúde. Por isto, pode-se dizer seguramente que o município carrega sozinho nas costas o atendimento regional da Saúde Pública.
Porém, a construção do novo hospital, feita pelo governo estadual não acaba com o problema central da saúde pública: seu financiamento. A municipalização do setor, iniciada em 1988, foi mal planejada e precisa ser revista, sob risco de inviabilizar financeiramente até grandes cidades.
É bom ressaltar que o ministro da Saúde, Alexandre Padilha, é pré-candidato a governador no mais importante estado do país. Quem sabe desta vez, teremos debate mais frequente sobre a saúde pública. Quem sabe, para fazer seu candidato ganhar, a presidente Dilma Rousseff invista mais no setor.
Por enquanto, que comemoremos o novo hospital para Bebedouro, sem desmobilização politica, para revindicarmos mais ainda.
Publicado na edição nº 9652, dos dias 30 e 31 de janeiro de 2014.
