Acidentes no perímetro urbano e nas rodovias são estarrecedores.
Esta edição traz dados perturbadores sobre acidentes de trânsito no perímetro urbano e nas rodovias da região de Bebedouro. Todo dia, uma ou mais pessoas saem feridas em colisão de veículos e atropelamentos.
A situação é tão grave que dois semáforos, na região central, foram derrubados por veículos em alta velocidade, na avenida Raul Furquim, uma das mais movimentadas da cidade.
Os sinais de que o desrespeito às leis de trânsito são perceptíveis à luz do dia, é quando deparamos com motoristas e até motociclistas falando aos celulares, como se a atenção pudesse ser dividida entre as duas funções.
Nos fins de semana, nas vias públicas, pode-se ver de tudo. Motoristas ao volante sem camisa, motociclistas pilotando de chinelos de dedo, e só com uma das mãos, porque a outra está ocupada carregando a lata de cerveja, outros sem Carteira Nacional de Habilitação, jovens ouvindo um som tão alto que mais parece uma festa ambulante e todo tipo de desrespeito às regras do trânsito e da convivência.
Tudo isto acontece porque há pouca fiscalização nas vias públicas da cidade. O efetivo da Polícia Militar é baixíssimo e os Guardas Municipais só são autorizados a emitir multas, mas não fazem abordagens.
Mas o problema não é só da esfera municipal, porque nas rodovias, o poder de fiscalização está nas mãos da Polícia Rodoviária e das equipes das concessionárias, ambas contando com razoável quantidade de radares eletrônicos, que pelo jeito, tornaram-se ineficazes para conter acidentes, na maioria das vezes em decorrência da alta velocidade.
No perímetro urbano pode-se jogar a culpa nos buracos das vias públicas, mas nas rodovias, a maioria com pistas duplas, não dá para usar esta desculpa. O problema está justamente entre o banco e o volante.
O que de fato precisa mudar é o comportamento do condutor do veículo, irresponsável consigo e com os outros. O texto deste editorial é propositalmente a repetição dos argumentos usados há tempos, aqui na Gazeta. Isto porque não há fato inédito na quantidade de acidentes. Só mudam os nomes das vítimas. Por isto, nossa obrigação é praticamente a constante cobrança, até que mudanças aconteçam.
Todos nós ficamos assustados com os números de mortes vitimados pelo câncer. Ou pelos atentados terroristas mundo afora… O que acontece nas rodovias, ruas e avenidas é como se vivêssemos em uma eterna guerra civil. Sem tiroteios, silenciosa… Com centenas de vítimas.
Publicado na edição nº 9656, dos dias 8, 9 e 10 de fevereiro de 2014.