
Bebedouro tem diversos pontos de alagamentos por falta de infraestrutura pluvial.
Bastaram 30 minutos de chuva, no inicio da tarde de sexta-feira (9), para que se formassem por toda cidade, pontos de alagamento. Se bem que em alguns casos, como no trevo de acesso à Bebedouro, na avenida Raul Furquim e na avenida Santos Dumont, Jardim Aeroporto, as vias públicas literalmente desaparecem e viram verdadeiros rios com forte correnteza. Quem tenta atravessar descobre didaticamente a diferença entre carro e barco, só um deles boia.
Os pontos de alagamento em Bebedouro são tão antigos que dá para relembrar o problema nas fotos em preto e branco, já desbotadas.
Não dá para culpar São Pedro e os efeitos climáticos pelo volume de água que inundou ruas e avenidas. É só percorrer a cidade para verificar a quantidade ridícula de ‘bocas de lobo’. E as que estão instaladas não são limpas frequentemente pela Prefeitura.
Para piorar, muitos bairros foram construídos com sistema de galerias pluviais de faz de conta. Tanto nos conjuntos habitacionais populares, quanto nos empreendimentos imobiliários particulares, houve excesso de impermeabilização do solo, mas não há galerias pluviais, nem bueiros para vazão da água das chuvas.
É justamente este o problema que ocorre no final da avenida Raul Furquim e que desemboca na rotatória próxima ao centro social Tancredão, no Jardim Cláudia.
Nas décadas de 80 e 90, haviam brechas legais que permitiam a construção habitacional sem investimento adequado no sistema pluvial. Mas é inegável que faltou fiscalização da Prefeitura, que aparentemente deu permissão para construção de casas apenas com uma espiada nas plantas oferecidas pelas construtoras. Não dá para acreditar que alguém tenha ido aos canteiros de obra para comprovar se os projetos foram cumpridos à risca. Mas tudo isto são águas passadas e empoçadas.
O fato é que, igual à crise no Hospital Municipal, à falta de Estação de Tratamento, ao asfalto esburacado e à inadimplência brutal com fornecedores, os pontos de alagamento são apenas mais um item da herança maldita que o novo governo vai receber.
Publicado na edição n° 9473, dos dias 10, 11 e 12 de novembro de 2012.