Governos têm de eleger suas prioridades para não ser guiados por aqueles que talvez não tenham a visão geral dos problemas.
O atual prefeito de Bebedouro Fernando Galvão (DEM) mantém perfil na rede social Facebook. Como tem aproximadamente cinco mil seguidores, todos os dias, centenas deles, deixam mensagens inbox com pedidos de toda espécie. Soma-se a isto, as pessoas que visitam o gabinete na Prefeitura, os pedidos entregues nas ruas, enviados por mensagens de celular e por telefone, e as indicações dos vereadores.
Tudo isto é normal, e é enfrentado por todos os políticos deste país. Felizmente, com o avançar do processo democrático do Brasil, a cada dia, a população está com mais coragem de cobrar prefeitos, governadores e até a presidente da República. Que o diga o governador do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral, alvo de intensas manifestações há mais de 60 dias.
Porém, cabe ao prefeito ter discernimento em reunir todas as reivindicações e, assessorado por diretores, elencar as prioridades. Todas as reivindicações são legítimas porque a cidade está acumulada de problemas, principalmente após os últimos quatro anos de administração, quando as demandas eram empurradas com a barriga e a meta era a realização de eventos e festas.
Por exemplo, é totalmente legítimo o movimento em prol da iluminação do estádio municipal Sócrates Stamato. Com a bela campanha que a Inter vem fazendo para tentar voltar à Série A3, a obra se justifica para dar chance aos torcedores, na maioria trabalhadores, de assistirem aos jogos à noite.
Porém, em Bebedouro, há prioridades batendo à porta, antes mesmo do prefeito ter tomado posse. Uma delas é a manutenção do Hospital Municipal que tem alto custo em salários de médicos, enfermeiros, equipamentos e medicamentos. Diversão é um direito, mas Saúde vem em primeiro lugar.
É logico que durante o processo de priorizações, o governante vai desagradar uma parcela da sociedade. Mas é neste ponto em que são separados os políticos de sempre, daqueles que têm responsabilidade e liderança. Sem pensar no risco de perder votos, ele opta para o que vai beneficiar a maioria da população e explica para a outra parte quando poderá atender as demais reivindicações. Político de verdade não tem obrigação de agradar todo mundo. Quem consegue isto é o palhaço que só tem como responsabilidade, fazer rir.
Publicado na edição nº 9587, dos dias 22 e 23 de agosto de 2013.