O tempo não para, e a audiência também não

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Feita para o papel - Juliana Paiva é a melhor em cena na nova novela das sete e parece ter nascido para interpretar Marocas, a moça do século 19 que desperta nos dias atuais. (Divulgação/TV Globo).

A nova novela das sete da Rede Globo começou com o pé direito. A primeira semana da trama escrita por Mário Teixeira registrou, na grande São Paulo, média semanal de 29 pontos. Foi a melhor estreia em 10 anos. O primeiro capítulo, exibido na terça-feira (31 de julho) marcou 31 pontos e só perde para ‘Três Irmãs’, novela de Antônio Calmon, exibida em 2008, que em seu primeiro capítulo alcançou 32 pontos. Vale lembrar que a antecessora, ‘Deus Salve o Rei’, acumulou 26 pontos em sua primeira semana.
A história da família congelada por mais de 100 anos, descongelada nos dias atuais, em praia do litoral paulista, parece ter conquistado o telespectador. O autor acertou em cheio na apresentação dos personagens. O primeiro capítulo, por exemplo, foi focado em apresentar a história principal. A primeira parte, ambientada no século 19, foi muito bem construída. A direção merece aplausos, bem como figurinos e sonoplastia. A cena mais impactante, do naufrágio, superou as expectativas de quem imaginava um possível ‘plágio’ da cena épica de Titanic.
100 anos depois. O protagonista Samuca, papel de Nicolas Prattes encontra o bloco de gelo no mar e se apaixona à primeira vista por Marocas, a mocinha vivida por Juliana Paiva. No segundo capítulo, a sequência mostra o despertar da jovem e o estranhamento dela diante do rapaz. Durante a semana, foi possível se divertir com as trapalhadas dos personagens descobrindo o mundo atual.
A novela traz, inclusive, grande reflexão da era tecnológica pela qual passamos. Juliana Paiva parece ter sido feita para interpretar Marocas. A atriz consegue transparecer sua indignação com algumas coisas que vê na atualidade e que jamais pensou que um dia fosse existir, como por exemplo, os modos de um rapaz com uma dama, como ela se intitula.
O casal protagonista já mostrou química, e o telespectador já torce por Samuca e Marocas, assim como já odeia Betina, personagem de Cléo, outra que está muito bem no papel. Edson Celulari também está familiarizado. Dom Sabino é o personagem que faz qualquer um soltar a maior gargalhada à frente da televisão. Aliás, o ator precisava mesmo de um papel de destaque, após ser coadjuvante e, praticamente fazer figuração em ‘A Força Do Querer’ (o mesmo aconteceu com Juliana Paiva).
A parceria de Celulari com Christiane Torloni também deu certo. Os dois têm química juntos e essa relação promnete movimentar a história. Ficção à parte, pode-se concluir que ‘O Tempo Não Para’ é a história perfeita para o horário das sete. Humor, romance e até uma pitada de drama estão no texto de Mário Teixeira, em diálogos compreensíveis e, na direção impecável de Leonardo Nogueira. Vale a pena acompanhar e desfrutar desta comédia romântica que permancerá na tela pelos próximos seis meses.

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Publicado na edição nº 10297, de 11, 12 e 13 de agosto de 2018.