Obras públicas têm de atender os interesses da população

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Não é a primeira vez que os traçados da ampliação de uma rodovia desagradam os moradores de Bebedouro.

 

Nas obras de duplicação das Rodovias Brigadeiro Faria Lima e Armando de Salles Oliveira, no afã de planejar seus projetos, os engenheiros sempre se esquecem de um detalhe importante: como isto pode afetar a vida das pessoas. Pistas são ampliadas, mas caminhos são cortados e empresas, famílias e comunidades inteiras são isoladas, pelo simples fato de sequer serem consultadas.
Nestes últimos dias, moradores e empresários da Zona Norte de Bebedouro se levantaram em protesto contra o risco da duplicação da Armando de Salles Oliveira acabar com o trevo de acesso à avenida Raul Furquim. Nos esboços das plantas de que os líderes do movimento tiveram acesso, não há qualquer menção de que a passagem entre os dois lados da cidade seja mantida.
Não dá para ser ingênuo politicamente ao colocar a culpa nos ombros do governador do estado Geraldo Alckmin (PSDB). Quem faz isto não tem a dimensão da quantidade de obras em estradas em andamento, em todo o estado de São Paulo.
Mas dá para puxar a orelha de quem está à frente da administração municipal e da Câmara de Vereadores, porque poderiam e deveriam ter exigido a participação da comunidade de Bebedouro na elaboração do traçado. Empresários e moradores deveriam ser consultados, enquanto corriam os prazos para liberação da verba e término do processo de licitação para escolha da construtora.
Novamente, couberam às pessoas que não têm cargo, liderarem movimento popular para exigir a revisão do traçado da duplicação que garanta a ligação com a Zona Norte.
É lógico que os políticos também apareceram no manifesto e curiosamente se posicionaram à frente das câmeras e microfones. Tentaram aproveitar do momento, mas o resultado das últimas eleições demonstra que a população de Bebedouro está mais do que calejada a este tipo de comportamento.

 

Publicado na edição n° 9464, dos dias 18 e 19 de outubro de 2012.