Onde estão os bons samaritanos de Bebedouro?

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Drama dos moradores de rua que vivem em tubos de galerias pluviais não pode morrer na manchete.

No final de semana, um dos assuntos mais comentados na cidade, foi a reportagem da edição de fim de semana da Gazeta, sobre quatro moradores de rua que vivem em tubos de galerias pluviais.
Muitos acharam absurdo, outros desdenharam argumentando que são cachaceiros, mas ninguém ainda fez algo de concreto para mudar a situação. Isto sim precisamos refletir. Em uma cidade com tantas entidades e festas filantrópicas, alguma se habilita ?
Tudo isto nos lembra o Evangelho de Lucas, a Parábola do Bom Samaritano, sobre o descaso da sociedade com aqueles que precisam de ajuda. Sacerdote e levita viram o homem caído, machucado, mas não tomaram qualquer atitude. O pobre coitado só é auxiliado por um viajante, o samaritano.
Será necessário repetir a parábola em Bebedouro, com alguém de fora tendo que agir para que a cidade tenha menos pessoas morando nas ruas?
Existe a responsabilidade do Poder Público, da Prefeitura de Bebedouro, do Governo de São Paulo e da União, já que desde a primeira metade do século XX, as esferas governamentais assumiram esta função.
Mas o passado de Bebedouro sempre foi de mobilização da sociedade para resolver seus problemas sociais. Casas foram construídas no Jardim Bom Retiro, antiga Vila do Sebo, por lideranças da cidade. Temos tantas festas com fins sociais, todas lotadas, mas onde está a mão amiga?
Por que evangélicos, católicos e espíritas, presidentes de ONGs não se reúnem, traçam como meta a união de forças para aliviar o sofrimento destas pessoas que perambulam pelas ruas?
A foto do morador de rua estampada na capa da Gazeta é atestado de urgência. Se algo mais grave ocorrer àqueles que vivem em condições sub-humanas, não vai adiantar oposição e situação empurrarem-se a culpa, ela é de todos nós.

Publicado na edição nº 9725, dos dias 29 e 30 julho de 2014.