Noé e a humanidade

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Trecho do Antigo Testamento serve de reflexão para os dias atuais.

No final de semana, assisti com a namorada, o DVD do filme Noé, estrelado pelo ator Russell Crowe, supostamente baseado no texto do Antigo Testamento. Porém, roteiro e efeitos especiais, tornam a história bíblica em uma tentativa de épico, com cara de O Senhor dos Anéis, incluíndo seres fantásticos como homens de pedras.
Tirando o festival de tolices inventadas no enredo para encher a tela, o resumo está lá: um homem recebe a missão de construir uma arca para abrigar toda fauna e só ele a a família se salvarão do dilúvio.
O bom são as reflexões provocadas por Tubal-Caïn, quando diz que o homem foi criado por último, porque supostamente teria recebido de Deus, a missão de reinar sobre todos os outros seres, pensamento ainda forte nos dias atuais, com desmatamento, desequilíbrio ambiental e extinção de espécies.
O Noé do filme não se faz de santo ou puro, ao admitir que mesmo ele, esposa e filhos carregavam a mesma maldade de Tubal-Caïn, portanto, reflete se o certo não seria a extinção da Humanidade em favor da preservação do Planeta Terra.
Em diversas civilizações há relatos semelhantes ao Dilúvio, salvação de poucos para ressurgimento da civilização. Há quem ainda acredite em novo fim do mundo, desta vez, pelo fogo, e salvação apenas dos escolhidos. Mas de que adianta, se todos carregamos dentro de nós o bem e o mal? A verdadeira mudança é sempre do coração para fora e cada um assumir seu papel.

Publicado na edição nº 9725, dos dias 29 e 30 julho de 2014.