Os partidos não investem em novas lideranças

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Os candidatos das eleições são sempre os mesmos porque as legendas não conquistam a juventude.

Nos raros registros em video da abertura da Copa do Mundo de 1950, dá para ver o presidente Getúlio Vargas discursar na abertura dos jogos. Em 2014, a primeira mulher a ocupar o maior cargo político do país, Dilma Rousseff (PT) teve de abreviar a fala para não levar a maior vaia do ano.
A preocupação da petista vem de dois fatores, no ano passado, na abertura da Copa das Confederações, ela levou homérica vaia; e as últimas pesquisas demonstram tendência de queda de sua popularidade e de intenção de votos, para sua reeleição.
Se os índices em favor da presidente continuarem a despencar, abre-se até a hipótese dela não ir para o segundo turno, o que seria seu desastre político. Como sempre acontece, candidatos lançados por líderes, não vingam. Assim foi com Celso Pitta lançado por Paulo Maluf e Fleury lançado por Quércia. Nos dois exemplos, conseguiu-se eleger os indicados, porém, nenhum tinha brilho próprio.
Em todos os casos, o erro está nos líderes políticos que não trabalham na formação de novos quadros. Getúlio, JK, Jânio, FHC e Lula não deixaram herdeiros políticos. Carisma não é transmissível por DNA e seus partidos não investiram nos jovens.
O mesmo aconteceu em Bebedouro, basta olhar para as últimas décadas, ver os sobrenomes dos prefeitos e perceber, que não têm herdeiros políticos. No máximo, filhos tornaram-se vereadores, nada além. Inclusive há aqueles políticos que se irritam até quando os jovens entram para a política sem lhes pedir permissão.
Estão enterrados no passado, grandes partidos como UDN e PCB. Os atuais PMDB e PTB não são nem sombra do que foram, tudo por causa do culto à personalidade. É isto que acontecerá com PT e PSDB, tornar-se-ão páginas da história e serão substituídos por outras legendas, porque não investiram no fomento de novas lideranças.

Publicado na edição nº 9706, do dia 14, 15 e 16 de junho de 2014.