Os petralhas vão à Roma

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Antônio Carlos Álvares da Silva

Junto com as notícias da posse do Papa, ganharam destaque as despesas da comitiva de Dilma, que foi à Roma, para assistir ao acontecimento. Ocuparam o avião presidencial 51 felizes participantes. A TV mostrou a felicidade deles inúmeras vezes, já que ela é obrigada a expor ao máximo a figura de Dilma, para que ela possa manter seus níveis de popularidade no IBOPE. Em Roma, foram alugados 21 carros de luxo, para facilitar a locomoção. Todos eles tomaram aposentos em um dos hotéis mais luxuosos da cidade. A diária média desse hotel é de 7.800 reais.
O montante das despesas causou espanto. Especialmente, porque o costume é a comitiva de um governo, ficar hospedada na embaixada do seu país. Neste caso, o costume tem mais razão de ser, porque a embaixada brasileira ocupa um enorme palácio no centro de Roma, o Palazzo Pamphili. Quando os jornalistas perguntaram, porque a comitiva não seguiu esse costume, tiveram uma resposta, que é um acinte à inteligência do menos dotado dos mortais. Foi respondido, que essa hospedagem não tinha sido possível, porque o embaixador brasileiro não estava em Roma naquela data. A resposta é acintosa, porque parte de um fato absurdo: Então, a presidente do Brasil anuncia, com antecedência de vários dias, que irá à Roma, para assistir a posse no Vaticano e o embaixador brasileiro não fica na cidade, para recebê-la? E mais, quando o embaixador brasileiro não está em Roma, a embaixada não funciona? A embaixada fica fechada? Não funciona, nem para receber a presidente do Brasil? Não sei, o que pensaram os brasileiros, que ouviram essa resposta. Mas, para mim, a resposta ultrapassa todos os limites da descompostura e da desfaçatez.

O porto de Santos não
tem crédito
A TV mostrou, nos últimos dias, a enorme fila de caminhões, a espera de vaga, no porto de Santos, para descarregar a soja, a ser embarcada para o exterior. O atraso foi tão grande, que a China cancelou a compra de um milhão de toneladas e foi se reabastecer na Argentina. O motivo alegado para o megaengarrafamento está no fato, que o acesso ao terminal portuário é feito através de uma única rua de 12 metros de largura. Ao ser informado desses fatos, qualquer pessoa de senso, vai fazer uma pergunta mais que óbvia: Se as safras de grãos estão aumentando a cada ano, por que ainda não se aumentou esse acesso? Nesse passo, vale a pena lembrar, que a direção do Porto de Santos, há mais de 10 anos, é nomeada pelo governo federal – Leia-se PMDB-. O irônico é que ninguém cobra do governo uma solução para o problema. Essa cobrança é mais pertinente, quando é lembrado que, no ano passado, o BNDES – leia-se governo federal – fez um financiamento de UM BILHÃO DE REAIS, a juros altamente subsidiados, para aparelhar o porto de Mariel, em Cuba. Aqui, não é gasta uma ínfima fração disso, para melhorar o acesso ao porto de Santos. Vai ver, que o governo de Dilma não tem crédito junto ao BNDES, que recebe bilhões do governo federal, para financiar obras de interesse do Brasil.
(Colaboração de Antônio Carlos Álvares da Silva, advogado bebedourense).

 
Publicado na edição n° 9528, dos dias 29 a 1º de abril de 2013.