Devido ao aumento, nos últimos dias, do número de casos de contaminação pelo coronavírus, culminando na pressão sobre os hospitais públicos e privados, e da queda do índice de isolamento social, tanto na média estadual como na medição específica da capital, para 49%, o governador João Doria prorrogou, pela segunda vez, o período da quarentena no Estado de São Paulo.
A extensão segue em todos os 645 municípios do Estado até 10 de maio, mantendo fechado o comércio e serviços não essenciais. A restrição de acesso a estabelecimentos comerciais e o veto a eventos públicos ou privados com aglomerações está em vigor desde o dia 24 de março.
“A atitude responsável do Governo do Estado de São Paulo é pela prorrogação desta quarentena e evitar o colapso no atendimento da saúde pública e privada. São Paulo acredita na ciência e nos médicos. Para reabrir o comércio e os serviços, nós precisamos controlar melhor a contaminação e ter o sistema de saúde em condições de atendimento para salvar vidas”, declarou Doria, na coletiva de sexta-feira (17), no Palácio dos Bandeirantes.
A taxa de ocupação de leitos de UTI já alcança 60% nas regiões metropolitanas da capital, litoral e interior. Algumas unidades da Grande São Paulo já atuam perto do limite de atendimento.
No período de um mês desde o primeiro registro de morte provocada pelo coronavírus em São Paulo, o Estado registrou 11.568 casos confirmados de Covid-19 e 853 mortos pela doença.
De acordo com o coordenador do Centro de Contingência do coronavírus em São Paulo, David Uip, a decisão do grupo de 15 especialistas em medicina e ciência foi unânime pela prorrogação da quarentena.
“Esta manutenção é absolutamente fundamental tanto do ponto de vista da área metropolitana da capital como as da Baixada Santista e do interior. Há a falsa impressão que a doença se limita à Grande São Paulo. As medidas atuais são efetivas e estão adequadas para este momento”, afirmou o médico infectologista.
O Governo de São Paulo intensificará as orientações educativas da Vigilância Sanitária do Estado, com apoio da Polícia Militar e de agentes municipais de fiscalização.
Na quinta-feira (16), a Secretaria de Estado de Educação anunciou a distribuição de kits com material impresso contendo apostilas de matemática e língua portuguesa, gibis da Turma da Mônica, livros paradidáticos e manual de orientações às famílias e do Centro de Mídias da Educação de São Paulo.
O material será entregue para 3,5 milhões de alunos matriculados na rede estadual de São Paulo, a partir de segunda-feira (27). Além dos estudantes das escolas estaduais, alunos de mais de 470 redes municipais do Estado também serão contemplados com o manual de orientação aos pais.
As aulas na rede estadual de São Paulo estão suspensas desde o dia 23 de março, sendo que a Secretaria antecipou o período de férias e recesso escolar. Entretanto, as aulas que contarão como dias letivos recomeçam em 27 de abril. De 22 a 24 de abril, professores e servidores das 5,1 mil escolas estaduais receberão formação com orientações sobre a forma de atuação durante o período de aulas suspensas.
João Doria confirmou, na quarta-feira (15), a entrega das primeiras 20 mil cestas do projeto Alimento Solidário, para a população em extrema pobreza do Estado, durante a pandemia do coronavírus. Os kits serão entregues às famílias registradas no CadÚnico (Cadastro Federal de Programas de Assistência Social).
Publicado na edição nº 10480, de 18 a 24 de abril de 2020.