A Petrobras, estatal brasileira de petróleo e seus derivados, decidiu reajustar o gás liquefeito de petróleo (GLP), o gás de cozinha, em todo o território nacional e tem o aval da Agência Nacional do Petróleo (ANP).
O aumento, de 9,8% em média, entrou em vigor à zero hora de 21 de março de 2017, é válido para todas as refinarias e apenas para os botijões de 13 kg (P-13) de uso residencial. O GLP vendido em outros recipientes e a granel não foram reajustados. O último aumento ocorreu em 1º de setembro de 2015.
Em nota distribuída à imprensa, a estatal afirma que, “como a lei brasileira garante liberdade de preços no mercado de combustíveis e derivados, as revisões feitas por nós nas refinarias podem ou não se refletir no preço final ao consumidor. Isso dependerá de repasses feitos especialmente por distribuidoras e revendedores. O ajuste anunciado foi aplicado sobre os preços que praticamos sem incidência de tributos. Se for integralmente repassado aos preços ao consumidor, a companhia estima que o botijão de GLP P-13 pode subir 3,1% ou cerca de R$ 1,76 por botijão, isso se forem mantidas as margens de distribuição e de revenda e as alíquotas de tributos”.
O presidente da Petrobras, Pedro Parente, explicou que o aumento do preço do GLP ocorreu porque a estatal decidiu acabar com a política de subsídios cruzados na logística. Parente participou da cerimônia que marcou o fim do mandato de Magda Chambriard como diretora-geral da ANP.
“Não houve reajuste de preços do GLP. O que a Petrobras está fazendo é permitir que a gente possa eliminar subsídios cruzados dentro da logística e permitir investimentos. Havia empresas que usavam a logística e pagavam por isso. Havia outras empresas que não usavam a logística e pagavam também. E isso não é justo e não estimula investimentos. O impacto é de 1% do preço do botijão” disse Parente.
A Gazeta pesquisou, no dia 22, os preços do P-13 em 3 revendedoras da cidade. A primeira no Jd. Ciranda, região central, não vai reajustar por enquanto, De acordo com o proprietário, o valor é R$ 58,00 para entrega no domicílio e no local, R$ 56,00. A segunda, na zona sul, deve reajustar na quinta-feira (23), de R$ 55,00 para entrega, vai para R$ 60,00. No local estava R$ 50,00 e vai para R$ 55,00. Na zona Oeste, a terceira revenda já reajustou, R$ 60,00 para a entrega e no local, R$ 55,00.
Na região de Campinas, o preço irá a, no máximo, R$ 66,00 por botijão entregue nas residências. Já no estado do Mato Grosso, o P-13 custará acima de R$ 90,00.
O preço do botijão de 13 kg é um dos itens que compõem o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Ampliado (IPCA), que mede a inflação oficial do país. Calcula-se que o impacto desse reajuste no índice alcance 0,11% e deve ser sentido no IPCA deste e do próximo mês.
Publicado na edição nº 10107, de 23 e 24 de março de 2017.
