O papel do meio de comunicação também é incentivar a precaução contra esta doença.
Há semanas, entre os assuntos mais debatidos na mídia e nas conversas entre amigos, está a opção, aparentemente radical, da atriz norte-americana Angelina Jolie, em submeter-se à retirada preventiva dos seios.
Orientada por estudo genético, ciente da grande probabilidade de desenvolver câncer de mama, o mesmo que vitimou sua mãe e sua tia, a atriz refletiu e decidiu fazer retirada profilática dos seios e sua reconstituição.
Infelizmente, boa parte da população não tem acesso aos avançados exames genéticos que constatem as chances de desenvolvimento de câncer ou doenças do sistema cardíaco, também responsável por altos índices de mortalidade.
Por outro lado, existe a alternativa de se mudar um estilo de vida ao submeter-se a exames preventivos, adotando atividade física, alimentação saudável e outros bons hábitos. São atitudes que parecem simples, mas todos os especialistas garantem que fazem grande diferença.
Os exames preventivos podem constatar o câncer em fase inicial, com grande probabilidade de cura, com uso de tratamentos eficazes e suficientes para conter a doença.
A reportagem especial desta edição da Gazeta, entrevista mulheres que enfrentaram e venceram o câncer de mama e traz também orientações de experientes mastologistas e oncologistas com a única intenção de incentivar que as mulheres cuidem mais de si e façam exames preventivos.
Diante dos números preocupantes de constatação de câncer, em mulheres abaixo da faixa etária mais comum da doença, transforma-se em obrigação, como meio de comunicação responsável, trabalhar para convencer as pessoas a buscar o quanto antes, orientação médica para seus males.
É lógico que o ideal seria que houvesse verba suficiente para que todas as pessoas se submetessem a exames genéticos pelo Sistema Único de Saúde. Nada mais justo para uma população que está entre as que mais paga impostos no mundo. Enquanto isto não é realidade, o remédio é antecipar-se aos problemas de saúde, a exemplo da atriz Angelina Jolie. Para alguns, seu testemunho pode até ser considerado uma jogada de marketing. Porém, para quem presenciou o sofrimento de pessoas queridas acometidas pela doença, em fase terminal, sabe que a fala desta estrela de cinema pode salvar muitas vidas.
Que a cura seja uma notícia em breve, estampada nestas páginas.
Publicado na edição nº 9553 dos dias 30 de maio a 3 de junho de 2013.