Quando o descontentamento dá lugar à ilegalidade

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O brasileiro tem por índole, dar jeito pra tudo. Em algum tempo essa característica valeu e muito ao país, para enfrentar os mais difíceis problemas, vindos de onde viessem.
Mas o que era uma desafiadora qualidade virou uma endemia e o que vemos é a necessidade premente de “sair por cima” não interessando os meios. O importante é o fim. Passou a valer tudo, mentiras, leviandades, como temos visto nesta campanha eleitoral à presidência., onde o ditado “respeito é bom e eu gosto” está em completo desuso e a resposta do marqueteiro da campanha é que “respeito é uma leitura das elites”.
Esse vale tudo alcançou aqui, o Programa federal Minha Casa, Minha Vida ao chegar à redação a denúncia de que estaria sendo cobrado na cidade, um ágio, variando entre R$ 15 e R$ 20 mil, por casas que atendem à faixa 2 do projeto, em imóveis até R$ 115 mil, com renda familiar até R$ 3 mil.
Onde sobra consumidor e falta produto, passa a valer o capitalismo selvagem e a parte mais frágil na negociação acaba por aceitar esta exploração como sendo a regra do jogo.
Assim também se vê o “jeitinho” dado pelo consumidor que, cansado da ineficiência dos serviços prestados pelas empresas de TV por assinatura, acaba por comprar o tal “aparelhinho” paraguaio que dá acesso aos canais fechados sem pagar por assinatura nenhuma. Ou que o problema está em quem multa e não em quem comete a infração. Seja no trânsito ou no desperdício de água.
E por aí vai, a lista de desvarios é imensa, a inversão de valores é bestial.
Em seus 90 anos de caminhada, já tendo visto quase de tudo um pouco, a Gazeta de Bebedouro acredita no poder transformador da Educação e na responsabilidade social dos homens.
Próxima de uma religião, a crença da Gazeta de Bebedouro continua sendo no ser humano e sua capacidade de discernir não apenas o bem e o mal, mas optando pelo primeiro em favor da justiça e da sociedade.

Publicado na edição nº 9762, dos dias 23 e 24 de outubro de 2014.