Região de Barretos regride para fase vermelha, novamente

Estado anuncia criação de força-tarefa para acelerar a entrega de doses da vacina do Instituto Butantan para todo o país.

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Desmentindo governo federal - Regiane de Paula, coordenadora do Programa de Imunização de São Paulo, nega a falta de vacinas no Estado, mencionando que estão faltando doses apenas nas cidades que anteciparam calendário. (Divulgação/Governo do Estado de SP)

A região de Barretos, a qual Bebedouro pertence, foi novamente rebaixada para a fase vermelha, na 22ª reclassificação do Plano São Paulo, anunciada na sexta-feira (19). A piora nos índices de avanço do novo coronavírus no interior também deixa as áreas de Araraquara, Bauru e Presidente Prudente na fase com restrição total de comércio e serviços não essenciais.

Houve melhora nas regiões de Franca, que avança para a etapa laranja, e Sorocaba, que progride para a fase amarela. As demais regiões permanecem sem alteração em relação à classificação atual. Continuam na fase amarela a Grande São Paulo e as áreas de Araçatuba, Baixada Santista, Campinas e Registro. Na laranja, estão as regiões de Marília, Piracicaba, Ribeirão Preto, São João da Boa Vista, São José do Rio Preto e Taubaté.

Segundo Marco Vinholi, secretário de Desenvolvimento Regional, as quatros regiões que estão na fase vermelha apresentam ocupação de UTI para pacientes de Covid-19 acima de 80%. “Em Araraquara, por exemplo, vemos agora taxa de ocupação de leitos de 84,7%, mas este número era, há dois dias, superior a 90%. O estado tem feito esforço diário para instalar, junto com as Prefeituras, mais leitos em todas as unidades hospitalares. Só o trabalho conjunto do Estado com as Prefeituras pode obter avanços significativos no combate à pandemia”.

Ainda de acordo com o secretário, o sistema de saúde da região de Barretos foi pressionado pela transferência de pacientes de Araraquara, que está em colapso. “Dialogamos com hospitais e prefeituras da região e, dentro disto, mesmo que a gente desconsiderasse oito pacientes que foram transferidos de Araraquara para a região de Barretos, ela não chegaria ao índice adequado pra ficar na fase laranja. Mas, segue aqui o nosso compromisso, assim que colocados estes novos leitos necessários para região de Araraquara ter segurança na área da saúde, vamos avançar a região de Barretos para a fase laranja imediatamente”, afirmou Vinholi.

Na etapa de restrição máxima, só há funcionamento normal de farmácias, mercados, padarias, lojas de conveniência, bancas de jornal, postos de combustíveis, lavanderias e hotelaria. Já o comércio e serviços não essenciais só podem atender em esquema de retirada na porta, drive-thru e entregas por telefone ou aplicativos.

Força tarefa – O governo estadual anuncia a criação de força-tarefa para acelerar a entrega de doses da vacina do Instituto Butantan para todo o país, dobrando o total de funcionários do setor de envase de 150 para 300 profissionais.

Além do incremento de 100% na mão-de-obra para envasamento das vacinas, o controle de qualidade também contará com 20 novos profissionais que se juntarão aos 300 trabalhadores que já atuam no Instituto.

“Devemos escalar esta produção e, a partir de abril, provavelmente vamos dobrá-la porque vamos ter à disposição uma fábrica que, neste momento, está sendo usada para a produção da vacina da gripe”, disse Dimas Covas, diretor do Butantan.

A partir de terça-feira (23), o Butantan prevê acrescentar ao PNI (Plano Nacional de Imunizações) novo lote de 3,4 milhões de doses em um prazo de oito dias. Em média, serão 426 mil doses por dia para a imunização de brasileiros contra o coronavírus em todo o país.

Contestando – Na coletiva de sexta-feira (19), João Doria e Dimas Covas contestaram veementemente o pronunciamento do secretário-executivo do Ministério da Saúde, Élcio Franco, que responsabilizou o Instituto Butantan pelo atraso na entrega de doses da vacina. O Instituto Butantan já entregou 9 milhões e 800 mil doses de vacinas para a imunização dos brasileiro, segundo o Estado.

“É inacreditável que o Ministério da Saúde queira atribuir ao Butantan, a responsabilidade pela sua incompetência, ineficiência e incapacidade, que está acarretando a falta de vacinas nas cidades, nos estados e no país”, ressaltou o governador, mencionando também o desgaste diplomático causado pelo governo brasileiro em relação à China o que provocou atrasos no envio da matéria-prima necessária para a produção da vacina.

Por meio de reforço de produção será possível antecipar de setembro para agosto a entrega do total de 100 milhões de doses contratadas com Ministério da Saúde. “Estamos comprometidos com a entrega destas vacinas, as únicas que estão sendo produzidas em território nacional”, declarou Covas.

Publicado na edição 10.556, de 20 a 23 de fevereiro de 2021.