
Com mais três óbitos desde a última terça-feira (3), Bebedouro totaliza 317 vítimas fatais da Covid, desde o começo da pandemia, segundo boletim epidemiológico divulgado na sexta (6). A taxa de letalidade da cidade, que mede o percentual de pessoas contaminadas que falecem em decorrência da doença relativas ao total de infectados, é a mais baixa entre as cidades da região.
Com 317 mortes e 11.876 infectados, a taxa de letalidade em Bebedouro é de 2,66%, assim como da cidade de Ribeirão Preto. Jaboticabal tem 2,77% de letalidade; São José do Rio Preto, 2,85%; em Barretos, 2,89% dos contaminados faleceram pelo vírus; e em Matão o índice é o mais alto entre os municípios analisados: 3,36%.
As vítimas mais recentes da Covid em Bebedouro são três mulheres, 91 e 86 anos, com diabetes melitus e hipertensão arterial, na rede privada, e 61, no Hospital Municipal, sem comorbidades.
No gráfico semanal de mortes, elaborado pela Gazeta, nota-se crescimento de 75% nos óbitos da semana de 31 de julho a 6 de agosto (7 mortes), frente a semana anterior (24 a 30 de julho), com 4 mortes.
Infecções e ocupação de leitos
A cidade registrou mais 127 casos positivos desde terça (3), somando 11.876 casos. Atualmente são 104 bebedourenses positivados em monitoramento e isolamento domiciliar. Outros 83 pacientes aguardam resultados de exames.
A ocupação de leitos de UTI no Hospital Estadual voltou a subir, desde quinta-feira (5), com 100% dos leitos destinados para pacientes graves ocupados. Na rede privada são quatro (45,45%). Seis bebedourenses estão internados em UTIs de outros municípios.
São 18 pacientes internados em enfermarias, sendo cinco no Hospital Municipal, oito no Estadual e cinco na rede privada.
Tratamento pós
O Hospital Municipal “Júlia Pinto Caldeira” oferece cuidados específicos e encaminhamento para pacientes que recebem alta após internações por Covid-19. O assunto foi abordado pelo vereador e médico Edgar Cheli, em sessão da Câmara Municipal, na segunda-feira (2).
Segundo a secretária de Saúde, “não existe um protocolo de atendimento padrão, que determina como será este atendimento pós-Covid, pois depende da demanda particular de cada um”, diz Silvéria Larêdo, exemplificando que os pacientes com sequelas emocionais, pelo grande período de internação, podem ser encaminhados para o Caps (Centro de Atenção Psicossocial), outros, que perderam entes queridos, são destinados ao “grupo de luto”.
“Temos também uma enfermeira especializada em feridas, para tratar aqueles que ficaram entubados muito tempo e desenvolveram lesões por pressão. Nestes casos, a enfermeira avalia cada paciente, prescreve e agenda o melhor tratamento, tanto para pacientes do Hospital Municipal, como do Estadual”, diz Larêdo, acrescentando que isso acontece em casos de alta qualificada, ou seja, quando o paciente pode deixar a unidade hospitalar, mas ainda necessita de cuidados.
“Outro serviço que dispomos é a clinica de Fisioterapia do Unifafibe”, afirma a secretária, citando as ações de tratamento pós-Covid ofertadas pelo centro universitário nos últimos meses. “O Unifafibe possui grupo de atendimento para síndrome pós-Covid, especialmente para pessoas que ficaram muito tempo internadas, precisam reaprender a andar, falar e comer. Nestes casos mais graves, os encaminhamentos são feitos à clínica de Fisioterapia, especializada na recuperação de vítimas do vírus”, diz.
Segundo Larêdo, o mesmo ocorre com pacientes que apresentam problemas alimentares e são atendidos pela clínica de Nutrição da instituição.
Variante Delta
A variante Delta identificada pela primeira vez na Índia está se espalhando por São Paulo. De acordo com novo relatório do Instituto Adolfo Lutz, 23,53% das amostras sequenciadas são da nova cepa. Na Baixada Santista, corresponde a 21,74% das amostras e em Taubaté, a 9,49%. Nas demais regiões, incluindo Barretos, não há registros da Delta, de acordo com a Secretaria de Saúde do Estado.
Silvéria Larêdo explica que todos os testes realizados pela Secretaria Municipal de Saúde são enviados para o Adolfo Lutz para sequenciamento genético e nem a cidade e nem a região receberam resultados positivos para a cepa. “Qualquer tipo de variante, qualquer vírus com cara nova é uma preocupação para nós. Por isso, todos os exames feitos pelo SUS são enviados ao Instituto. Torcemos para que toda população esteja imunizada antes que a variante nos alcance”, conclui a secretária.
Publicado na edição 10.599, de sábado a terça-feira, 7 a 10 de agosto de 2021.