
Entre os vereadores sobram suposições e falta diálogo entre os manifestantes.
Quando as pessoas são pressionadas em situações de tensão, é comum terem reações inesperadas e das mais variadas.
Desqualificar os manifestantes que lotaram a Câmara na última sessão, pode ser a primeira delas, ligando-os a candidatos derrotados nas últimas eleições, ou interessados em tumultuar a vida dos parlamentares.
O interessante, que é sempre bom recordar, é que a Câmara foi renovada em 80%, mas estes argumentos também foram usados para os vereadores da legislatura passada, quando tentaram desqualificar a multidão que lotou a Câmara, na primeira sessão em que foi discutida a revogação dos terrenos públicos cedidos em comodato para a Rádio Bebedouro AM.
Falta à classe politica, refletir sobre os argumentos dos manifestantes para só depois, apresentar as justificativas para defender as contratações de assessores. Aliás, este exercício de retórica acontece toda vez que projetos, requerimentos, indicações e até moções são apresentados nas sessões. A única diferença é que de um lado estão pessoas eleitas e do outro, os eleitores.
Até que aconteça o debate, não se pode dizer que os manifestantes ou os vereadores estejam com a razão. Na verdade, como sempre a Gazeta fez questão de informar, não há ilegalidade no projeto-decreto da Câmara, valendo ressaltar que esta decisão é de competência exclusiva do Legislativo, não sendo necessária consulta ou sanção do prefeito. Mas, o que se quer discutir é a necessidade das contratações.
As maiores conquistas deste País, foram conseguidas após demoradas reuniões, mas com duradouros resultados. A nossa Constituição Federal que estabelece direitos aos vereadores e liberdade às manifestações é resultado do consenso. É justamente o que está faltando nesta situação: o bom e velho diálogo.
Publicado na edição n° 9564, dos dias 29 e 30 de junho e 1° de julho de 2013.