Em um mundo cada vez mais conectado, encontrar equilíbrio entre o digital e o físico tornou-se desafio significativo para pais, estudantes e educadores. O uso constante de smartphones e outros dispositivos eletrônicos, que se tornaram quase uma extensão de nossas mãos, têm gerado preocupações sobre os impactos da hiperconexão no desenvolvimento social e emocional, principalmente entre crianças e adolescentes.
Para aprofundar-se no tema, a escola Paideia promoveu em 3 de setembro, a palestra “Do digital ao real: equilibrando tecnologia, desenvolvimento cerebral e relação humanas”, com a professora e especialista em neurociência, Mel Oliani.
O evento que comemorou os 51 anos de existência da escola, reuniu corpo docente, funcionários, pais e familiares dos alunos, aberto também à comunidade. A palestrante abordou o papel fundamental de equilibrar o uso da tecnologia com o desenvolvimento das relações humanas, especialmente entre crianças.
“Esse é um tema bastante atual e que tem gerado inúmeras discussões, embora a tecnologia ofereça muitos benefícios, as crianças ainda não possuem maturidade necessária para tomar decisões sozinhas sobre o uso desses dispositivos, tornando essencial a orientação de pais e educadores na construção de um pensamento crítico e responsável sobre o uso da tecnologia e dos conteúdos disponíveis na rede”, salienta a diretora da Paideia, Sueli Occaso.
O excesso de exposição à tecnologia pode prejudicar habilidades sociais e enfraquecer as relações interpessoais, tanto entre crianças quanto entre adultos. “O impacto nas salas de aula já é perceptível, com crianças demonstrando menos paciência e atenção. A escola, em resposta, tem adotado medidas para limitar o uso de dispositivos tecnológicos, promovendo atividades que incentivam a interação humana e o desenvolvimento de habilidades sociais. É claro que usamos tecnologia, mas em ações que requerem isso e com uma intencionalidade. É preciso fazer essa curadoria”, ressalta a diretora.
Segundo pesquisa realizada pela Electronics Hub, o Brasil é um dos países em que a população passa o maior tempo utilizando telas, smartphones e celulares com acesso à internet em cerca de 9 horas diárias. Na mesma pesquisa foi levantado que o Brasil também ocupa o 2º lugar quando o assunto é tempo gasto usando redes sociais.
E especificamente tratando do uso de telas para crianças e para jovens, a Sociedade Brasileira de Pediatria recomenda que crianças menores de 2 anos de idade não devam ser expostas a telas; crianças entre 2 e 5 anos devem ter o tempo de tela limitado a, no máximo, uma hora por dia; crianças entre seis e 10 anos, entre uma e duas horas diárias; e crianças maiores e adolescentes, entre 11 e 18 anos, não devem ultrapassar o tempo limite de três horas de tela por dia, incluindo o uso de videogames.
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Publicado na edição 10.872, quarta, quinta e sexta-feira, 11, 12 e 13 de setembro de 2024 – Ano 100