Não pode a Polícia ser proibida de cumprir a lei e nem ninguém sair ferido no confronto.
O tumulto entre moradores do Jardim União e Polícia Militar precisa além de ser noticiado, analisado. Tudo começou quando dois suspeitos por tráfico, um adolescente e um adulto, foram detidos pela PM. Houve reação de parte dos moradores, principalmente os mais jovens, que arremessaram pedras contra as viaturas. Em socorro, a Guarda Municipal foi apoiar a ocorrência e também foi alvo das pedradas.
No meio da confusão, ânimos ficaram exaltados de ambos os lados. Desrespeitados, guardas e policiais, empunharam armas em direção aos moradores. É logico que entre os manifestantes haviam delinquentes, pessoas com antecedentes criminais. Porém, a grande maioria, adolescentes, estava lá apenas para provocar.
Para acabar com o alvoroço, um policial militar usou uma bomba de efeito moral. Os estilhaços machucaram uma aposentada que assistia aos acontecimentos. E para socorrê-la, o carro de resgate do Corpo de Bombeiros precisou ser escoltado por duas motos do patrulhamento motorizado da PM. Este é o resumo dos fatos.
Porém, não dá para passar desapercebida a triste realidade de que o crime domina parte dos bairros de periferia e consegue mobilizar gente de bem para fazer tumulto, com suposto discurso de luta pelos direitos humanos. Não pode a PM ficar impedida de prender quem quer que seja e no lugar onde esteja. O Brasil tem Constituição Federal e a lei deve ser cumprida. Devemos reagir agora contra a característica dos morros cariocas, onde a polícia só entra com permissão de traficantes. Bebedouro não pode ter estado paralelo.
Por outro lado, fica evidente que falta treinamento à PM para lidar com conflitos. Seja nas passeatas nas grandes cidades ou nos bairros dos municípios de porte médio, como Bebedouro, é preciso ter profissionais capacitados para acalmar os ânimos de ambos os lados, o chamado mediador.
É elogiável a atitude da Guarda Municipal ao agir em solidariedade à PM, mas é preciso refletir se é prioridade a Prefeitura participar de qualquer conflito entre população e PM. Até as boas ações devem ser adotadas após reflexão.
Por fim, é bom encaixar nesta equação social, a necessidade da integração da Polícia Civil para investigar quem insuflou a população. Chegar a esta pessoa, é descobrir quem quer sitiar bairros e impedir o patrulhamento das ruas.
O que ocorreu na noite de quarta-feira deve servir de alerta a todos. Acabar com isto enquanto é fenômeno localizado, é a garantia que não se alastre para o restante da cidade.
Publicado na edição nº 9597, dos dias 14, 15 e 16 de setembro de 2013.