No que se refere a popularidade, o governo Temer está no fundo do poço (entre 3 e 4%). Ele chegou à presidência, depois de 12 anos de irresponsabilidade dos governos Lula e Dilma/PT, que levaram o Brasil à maior crise econômica de sua história. Para diminuir os efeitos dessa crise, Temer precisou tentar aprovar medidas de contenção de gastos públicos. Conseguiu estabelecer o teto anual de 20% e uma Reforma Trabalhista, para estimular a indústria, comércio e obras a aumentar as suas atividades e melhorar a economia. Agora tenta desesperadamente aprovar uma Reforma da Previdência Pública, para controlar seus gastos crescentes.
Todas essas medidas atingem setores, com grande número de funcionários públicos e de sindicatos, que respondem, gritando contra elas. E Temer, como político antigo, que carrega todos os defeitos de sua classe, está desgastado e tem dificuldade de aprovar essa reforma. São esses assuntos, que serão debatidos na eleição para presidente e outros cargos legislativos. Por enquanto, as perspectivas são as mais sombrias possíveis. Os candidatos mais cotados nas pesquisas eleitorais – Lula e Bolsonaro – revelam uma nova polarização esquerda versus direita. É o populismo irresponsável da esquerda oportunista contra o radicalismo violento da direita ditatorial. Nesse quadro, nenhum final, ao menos sofrível, vai acontecer. O que está complicando irremediavelmente esse quadro, é o fato de os partidos chamados de Centro, que sempre equilibraram e contiveram esse extremismo, estão em crise e não apresentaram nenhuma alternativa para se contrapor a esse radicalismo. O PSDB está esfacelado, com a disputa entre suas diversas alas internas, que se atacam mutuamente e anulam suas possibilidades eleitorais. Os demais partidos de centro estão na mesma situação. O PMDB, partido de Temer, não marca nenhuma presença. Exemplo claro disso é um dos seus senadores mais conhecidos. Renan Calheiros. Não cansa de bajular Lula, ao acompanhá-lo em suas viagens. E Lula já está em campanha. Repete, que é alvo de uma conspiração armada pelas “elites”. Esquece, que já desgastou o significado dessa palavra, quando o governo do PT favoreceu empreiteiras e grandes frigoríficos com enormes empréstimos do BNDES e depois cobrou por esse favor. Falando em empréstimos, o governo da Venezuela deu o calote no empréstimo, que o BNDES deu a ele, por iniciativa do PT. Mesmo contra Bolsonaro vei repetir o lema “nós” os pobres, contra “eles” os ricos. Mesmo a possibilidade de Lula não poder se candidatar, caso o TRE confirme a sentença condenatória de Moro, abala o PT. Vai fornecer o argumento, que ele foi condenado pela ação da mídia burguesa e servirá para reunificar o partido e leva-lo ao poder mais à frente, com a reunificação de todos os partidos de esquerda. Confirmada a candidatura de Bolsonaro, estará feita a grande farsa, pois ele representa o pior, que aconteceu no passado. As alternativas entre Lula e Bolsonaro são aterrorizantes. Representam o pior das falsidades. Mas, são as únicas existentes. E vão prevalecer, se as forças de Centro não conseguirem se unir e apresentar uma outra qualquer. Na atual conjuntura vale a frase do escritor português, Eça de Queiroz (1845-1900): “Os políticos e as fraldas precisam ser trocadas regularmente. Pelo mesmo motivo”.