78% da população bebedourense está vacinada com 1ª dose

Após atraso na aplicação das doses para jovens de 18 a 23 anos, Bebedouro conclui vacinação de todos os públicos com 1ª dose contra Covid.

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A espera acabou – Após duas semanas de aplicação de 1ª dose suspensa no município, jovens de 18 a 23 anos vacinaram-se nesta semana, com mais de 4,5 mil doses aplicadas em dois dias. (Gazeta)

Bebedouro aproxima-se de 78% da população vacinada com 1ª dose contra Covid-19, segundo dados do “Vacinômetro” do Governo do Estado de São Paulo. São 60.081 pessoas imunizadas com a 1ª dose e 33.609 com esquema vacinal completo (43,33%), sendo 31.970 com 2ª dose e 1.639 com dose única. Até 12h de sexta-feira (10), a cidade havia aplicado 93.690 doses.

“Chegamos a uma cobertura vacinal ampla. Para a Prefeitura e a Secretaria de Saúde é grande a alegria. Tranquilos nós ficaremos quando 70% da população tiver recebido duas doses, mas encerrando a aplicação da 1ª dose para todos e com início da dose adicional aos idosos, nas próximas semanas, nos sentimos mais seguros”, diz a secretária Silvéria Larêdo.

Nesta semana, foi concluída a aplicação da 1ª dose para todos os públicos chamados para receber a vacina. De acordo com a Vigilância Epidemiológica, na segunda-feira (6), vacinaram-se 2,1 mil jovens de 21 a 23 anos. Na quarta-feira (8), foi a vez de 2,4 mil pessoas entre 18 e 21 anos receberem a vacina.

De acordo com Larêdo, foram utilizadas para atender este público, doses armazenadas e remanejadas de outros grupos, que seriam usadas para 2ª dose, para que não houvesse mais atraso na vacinação e o público jovem não ficasse descoberto. “Notificamos a Secretaria Estadual de Saúde sobre esta ação, com a promessa de que não faltará vacina para a 2ª dose de outros públicos”, explica.

Dentre os vacinados estava Jonatas Limberger, 23, que estava emocionado em receber a 1ª dose, após o período de espera: “Depois de ver tantas pessoas morrendo ou ficando internadas por este vírus, agora é uma nova etapa na nossa vida, o primeiro passo de uma nova fase. Me sinto mais seguro e sem medo de contaminar alguém que amo, para não repetir com a família o que vivenciamos com meu pai”, diz, relembrando que o pai, 48, sem comorbidades, esteve internado por sete dias em UTI. “Comigo agora, todos em minha casa estão vacinados”, comemora o jovem.

Isadora Sarti, 22, perdeu dois tios para a Covid e lamenta que eles não puderam ter a chance de se vacinar. “Quando percebi que estava chegando a hora, lembrei-me de todo período difícil, dos familiares que perdi e que não conseguiram se vacinar, mas ao mesmo tempo, sinto que é momento de esperança e vida nova”, diz.

Na quinta (9), 2,2 mil adolescentes de 12 a 14, incluindo 400 que precisaram esperar o dia seguinte para se vacinarem. “A fila de espera era de três a quatro horas para vacinação. A demora deveu-se ao alto número de pessoas no barracão da Feccib, já que algumas famílias compareceram com até quatro integrantes, para vacinar um único adolescente”, justifica a coordenadora da Vigilância, Thais Teixeira, acrescentando: “Percebemos que se fôssemos continuar vacinando, ficaríamos até a madrugada e muitas famílias já estavam cansadas da espera. Por isso, com aval dos responsáveis, distribuímos 400 senhas para que estes adolescentes fossem imunizados na sexta-feira (10)”.

Ainda na sexta, foi aplicada 2ª dose para cerca de 800 profissionais de Educação, que receberam a 1ª dose em 12 de junho; e mais 400 pessoas com comorbidades. “Os demais professores e servidores da Educação que vacinaram-se após 12 de junho devem procurar a Feccib para receber a 2ª dose no dia indicado em seu comprovante. Estamos atendendo de segunda a sexta-feira, das 8h às 12h”, afirma Teixeira.

Dose de reforço

O Governo de São Paulo apresentou o calendário da dose adicional para idosos e adultos imunossuprimidos, que começou na segunda-feira (6), em algumas cidades paulistas. Ao todo, 7,2 milhões de pessoas poderão ter a dose de reforço no decorrer da campanha, sendo 1 milhão já na primeira fase, até 10 de outubro.

A primeira fase é focada na imunização de pessoas acima de 60 anos, que tomaram a 2ª dose há mais de seis meses, enquanto os adultos imunossuprimidos, como pacientes em tratamento de hemodiálise, quimioterapia, Aids, transplantados, entre outros, receberão o reforço do imunizante em pelo menos 28 dias após a data da conclusão do esquema vacinal, seja pela segunda dose – no caso da Coronavac, Astrazeneca ou Pfizer – ou por dose única, da Janssen.

O calendário estadual determina que, de 6 a 12 de setembro, vacinem-se idosos acima de 90 anos; de 13 a 19, de 85 a 89 anos; de 20 a 26, idosos de 80 a 84 anos e imunossuprimidos acima de 18; de 27 de setembro a 3 de outubro, faixa etária de 70 a 79; e de 4 a 10 de outubro, pessoas de 60 a 69 anos.

Em Serrana, onde foi realizado o Projeto S, junto ao Instituto Butantan, na segunda (6), começou a aplicação de 5 mil doses adicionais da Coronavac, em moradores com mais de 60 anos.

Lotes suspensos

A Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) determinou a suspensão cautelar de alguns lotes da Coronavac, após o Butantan comunicar que estes lotes haviam sido envasados em uma das fábricas da Sinovac que não fora inspecionada pelo órgão brasileiro.

Em coletiva, na quarta-feira (8), o governador João Doria afirmou que não foram registradas intercorrências com as doses aplicadas dos lotes ora suspensos e que monitora a situação dos imunizados com as doses já aplicadas por 30 dias, conforme determina o Ministério da Saúde.

Doria garantiu que antes da distribuição para a população, as 4 milhões de doses passaram por “rigoroso controle de qualidade e foram certificadas pelo INCQS (Instituto Nacional de Controle de Qualidade), órgão da Fiocruz, do Governo Federal”. O secretário estadual Saúde, Jean Gorichteyn afirmou que “a população pode ficar absolutamente tranquila quanto à qualidade deste lote”.

A Vigilância Epidemiológica municipal diz que Bebedouro aplicou cerca de 400 doses destes lotes suspensos no início de junho: “Já tendo passado aproximadamente 70 dias da aplicação, contatamos os vacinados e confirmamos que nenhum evento adverso foi registrado”, garante Teixeira.

Na região, Barretos aplicou 8,8 mil doses dos lotes suspensos; Ribeirão Preto, 58 mil doses; e São José do Rio Preto, 25,2 mil.

Publicado na edição 10.608, de 11 a 14 de setembro de 2021.