A nova psicologia do sucesso

0
375

José Renato Nalini

A 1ª conclusão do relatório McKinsey sobre o desempenho dos estudantes latino-americanos que se submeteram à Prova PISA de 2015 é a de que a mentalidade dos alunos afeta os resultados escolares duas vezes mais que o contexto socioeconômico.

Ainda não se dispõe de material denso suficiente para permitir leitura definitiva sobre o papel das mentalidades no aproveitamento escolar. Em Mindset: a nova psicologia do sucesso, Carol Dweck sustenta que indivíduos com “mentalidade de crescimento” são mais motivados ao sucesso do que os de “mentalidade fixa”.

A mentalidade de crescimento apoia-se na crença de que o sucesso deriva de trabalho duro e aprendizado consciente. A mentalidade fixa é a certeza de que as habilidades inatas são estáticas.

A boa notícia é a de que a mentalidade de crescimento pode ser ensinada. Alunos de baixa renda com mentalidade de crescimento conseguem atingir o mesmo alto nível dos alunos de alta renda com mentalidade fixa. Isso significa a independência de fatores condicionantes em relação ao êxito que vier a ser obtido em razão de estudo sério e muito esforço.

No livro Garra: o poder da paixão e da perseverança, Angela Duckworth insiste na relevância dessa vontade indomável como previsora do desempenho. Perseverança, curiosidade intelectual, consciência e autocontrole são fatores de sucesso.

Tal conclusão implica em adoção de estratégias de calibração da motivação. O professor é o eixo de transformação do aluno, detentor de mentalidade fixa, para torná-lo exemplo de mentalidade de crescimento. Para isso, é mister desenvolver o senso de pertencimento e a vontade de atingir metas, sem vinculação necessária com a avaliação, mas por acreditar que isso represente o crescimento como pessoa.

Não é impossível adotar estratégias de metacognição para ajudar o aluno a planejar e avaliar seu aprendizado. O convite aos professores é que tenham a coragem de implementar e avaliar intervenções para empoderar os alunos. O resultado poderá surpreender os mais céticos.

José Renato Nalini, secretário da Educação do Estado de São Paulo