Agradecimento

0
844
(Gazeta)

A Gazeta fez 96 anos dia 6 de junho. Agradeço as palavras de incentivo de muitos e muitos amigos, leitores de hoje, de ontem, de sempre. Agradeço as flores do jornalista Diego e das fotos enquanto aqui trabalhou, agradeço à equipe Gazeta pelos abraços, mesmo sem nos tocar, e o bolo dos 96 com o logo da Gazeta. Agradeço ao anônimo, que ao colocar a máscara no busto de meu pai, nos sensibilizou e nos motivou a estampar sua foto na capa da edição, tendo a Fonte como cenário. Obrigada a todos, rumando para o centenário.

 

 

Frase da semana:

“A Câmara aqui economiza muito, e eu provo, não é senhor presidente…”

Vereador Chanel, em sua fala na Tribuna, justificando que abrir mão de 30% dos subsídios dos vereadores não resolve, já que a Câmara já faz muito, pedindo a concordância do presidente Tota.

 

Por causa dele
Diante da pandemia, a Comvest (Comissão Permanente para os Vestibulares da Unicamp) está anunciando mudanças na primeira fase do Vestibular Unicamp 2021, cujas questões serão reduzidas de 90 para 72 e o tempo máximo de realização passará de cinco para quatro horas, em dois dias diferentes, de acordo com o curso escolhido pelos candidatos. Todas as iniciativas são para reduzir o número de estudantes aglomerando-se nas escolas. As inscrições para o Vestibular Unicamp 2021 serão realizadas entre 31 de julho e 8 de setembro, pela página da Comvest na internet: www.comvest.unicamp.br.

Por causa dele 2
A data das provas da primeira fase ainda não foi definida, mas deve ser aplicada em dois dias do mês de janeiro de 2021 e da segunda fase, em dois dias no mês de fevereiro. A definição depende da divulgação, pelo Inep, das datas do Enem e também de uma reunião entre as universidades públicas paulistas, para que não haja coincidência de datas, possibilitando aos estudantes prestarem mais de um processo seletivo.

Apesar dele
Com 16 anos de existência, o Café Filosófico exibido pela TV Cultura, está se reinventando por causa da não possibilidade de realizar-se programas com auditório, quanto à forma, conteúdo, cenários e palestrantes, que protagonizam reflexões relevantes para o pensamento contemporâneo. O novo formato reúne dois convidados, em cenários itinerantes que servem como palco para um diálogo mais curto, sem perder a relevância, sobre temas definidos por meio de curadoria própria.

Apesar dele 2
Na primeira temporada ‘Sete Pecados na Literatura’ tem inspiração na série 7 prazeres capitais – pecados e virtudes hoje, que foi realizada pelo Café Filosófico CPFL em 2014, com curadoria de Leandro Karnal. A lista dos 7 pecados capitais é descrita pela história como a lista dos vícios. O controle dos padrões religiosos de um lado, e de outro, o texto literário, invertendo o método religioso para permitir a leitura com os olhos dos escritores, estes mesmos pecados, como paixões fundamentais para a existência do ser humano. Vale a pena acompanhar.

Lágrimas de crocodilo
O vereador Chanel (SDD) subestima a inteligência do ouvinte e do internauta, ao dizer na Tribuna, na última sessão da Câmara, que profissionais da saúde do HM choraram ao receber o álcool em gel doado por ele e por seu companheiro Fernando Piffer. Só não contou que invadiram as dependências do hospital sem EPIs, num claro desrespeito às regras, muito agravado se levarmos em conta a crise sanitária por causa da pandemia.

A bom entendedor
O vereador Nasser, nesta mesma sessão da Câmara, agradeceu a entrevista que teria dado a Folha da Cidade, onde disse que “a prefeitura é que deve subir os salários e não baixar os da Câmara”. É isso mesmo que você leu…

Fazendo as contas
O vereador Paulo Bola fez as contas achando que estava a argumentar contra o prefeito, bradando que Galvão gastava R$ 1,7 milhão ao ano com a folha de pagamento do primeiro escalão, o que daria R$ 141 mil/mês. Só para lembrar, a folha salarial da Câmara gira em torno de R$ 345 mil ao mês, conforme matéria publicada na Gazeta, que aponta os super salários praticados naquela Casa de Leis, o que dá a soma de mais de R$ 4 milhões ao ano.

Alerta 1
O Ministério da Saúde está alertando que é preciso se vacinar mesmo na pandemia. A coordenadora do Programa Nacional de Imunizações, Ana Goretti, explica que apesar do distanciamento social e da Covid-19, é importante que a população se proteja contra a gripe. Se manter imunizado é uma questão de proteção social, “O atual momento de pandemia não pode gerar impacto na queda da cobertura vacinal”, enfatizou Goretti ao participar da conferência online Webinar, organizada pelo jornal O Estado de São Paulo. Com o tema ‘Vacinação: um ato de amor em tempos de pandemia’, o encontro virtual aconteceu na terça-feira (9), Dia Nacional da Imunização.

Alerta 2
Atualmente, o Brasil possui o maior programa público de imunização do mundo.
Ao falar da importância da vacinação para a população brasileira, a coordenadora Ana Goretti, explicou que o distanciamento social e a situação da pandemia no Brasil, são fatores que têm gerado impacto na queda da cobertura vacinal. “Muitas famílias ficam com receio de ir aos postos de saúde, mas temos orientado todas as equipes de saúde do país quanto às medidas de segurança para evitar infecções”, explicou. Ela avalia que a redução na procura pelas vacinas disponíveis no SUS é preocupante e vem sendo percebida pelo Ministério da Saúde.

Nova onda
Confirmando os estudos da Unesp de Botucatu reportados por doutor Fortaleza, em entrevista a Gazeta, nova onda de contaminação chega com força ao interior e acende a luz vermelha. As cidades mantiveram-se em isolamento, junto com as grandes cidades, e estão reabrindo as atividades no mesmo momento que as capitais, não levando em conta que o aumento do contágio está chegando agora por aqui. No sábado (6), a rua do comércio de Bebedouro esteve mais movimentada que às vésperas do Natal e virou comentário generalizado nas redes sociais. O prefeito resolveu tomar medidas, a partir de segunda (15), respaldado pelas medidas anunciadas por Dória.

 

Artigo

Bebedouro-Claremont

Laerte Rímoli

Claremont é uma linda cidade de 36 mil habitantes, a 60 km de Los Angeles. Sede de um consórcio de sete universidades. Algumas de ponta nos Estados Unidos, como Pomona College e Harvey Mudd. Jardins bem cuidados, campus impecável, prédios sofisticados. Ontem dei minha escapada diária, com máscara. Fui ao centro e passei pelo gramado comum aos colleges. Estamos na primavera. Flores, cores deslumbrantes. Mas, desolação total. A Covid19 confinou as pessoas. Cruzei com pouquíssimas no trajeto.
O recente e brutal assassinato do negro George Floyd, por um policial branco e racista em Minneapolis, foi o estopim para manifestações em todo o país e mais um ingrediente sombrio a alimentar os tempos atuais. Com discurso belicoso, que incita o Exército a conter manifestantes, em confronto declarado contra governadores e prefeitos, Trump jogou lenha na fogueira. Decretado o toque de recolher (“curfew”) em todas as 85 cidades do condado de LA. Proibido circular das 18:00 às 6:00 da manhã do dia seguinte.
Na semana passada, havia, em Claremont, 36 pessoas infectadas pelo vírus, apenas uma morte. Mas, seguindo sua escalada perversa, a doença chegou a um centro de reabilitação de idosos, a dois quarteirões de casa. O número saltou para 56. O perigo mora ao lado. A pressão para que o comércio reabra é imensa. Presidente irresponsável, estratégia genocida, sugeriu que a população tomasse água sanitária. E teve gente que ingeriu. Em plena campanha política, rompeu com a OMS (Organização Mundial da Saúde), insiste no uso da cloroquina, remédio cujos testes ainda não são conclusivos para enfrentar o vírus e lança mão de símbolos religiosos. De bíblia em punho, atravessou o jardim da Casa Branca, em Washington-DC, e foi até a Saint John´s Church, em proselitismo que mereceu reprimenda dos líderes da igreja católica. Apesar de 1,7 milhão de infectados e 109 mil mortos, proibiu a entrada de brasileiros por considerar que a pandemia está descontrolada entre nós. Enfim, é matriz e inspiração, para Bolsonaro, o Trump dos trópicos. Em ambos os países pressão insana dos meios de produção para relaxar o confinamento. Nos resta ficar em casa, aguardar a vacina, rezar para quem é de reza, militar, para quem frequenta redes sociais e, humildemente, reconhecer que se trata de uma provação universal. Surge um mundo novo. Da pequena casa em que vivo com Márcia e Fernando (15 aninhos) volto ao passado. As farras com os manos e o primo Fernando Reda no galpão da máquina de beneficiar arroz, próxima à estação de trem. Corridas no Jardim Misterioso, aluno no Abílio Manoel, onde a madrinha Dada (Geralda Schiavon Mata) era professora. Fatias de bolo de fubá na casa da tia Ica e do tio Argemiro, na Rubião Júnior. Beijo na tia Cecília Madeira, a criatura mais delicada da nossa infância, na Prudente de Morais. O doce passado nos conforta, dá forças para suportar o isolamento. Apesar da nuvem negra que paira sobre nossas cabeças, a vida continua. Ela é o bem maior.

Obs: Sou filho do João e da Taizinha. Sou Rímoli…pra quem não me conhece. Sou Rímoli, sou Molinari, também sou Schiavon, Matta, Sardinha, Madeira e Reda. Quis o destino que meu confinamento ocorra a 10 mil km. A distância não me afasta dos afetos de hoje e ontem. Dedico esse texto à madrinha Geralda Schiavon Matta. Quanto orgulho dela. A mulher que criou a primeira Faculdade de Bebedouro (Filosofia, Ciências e Letras). De humor fino, coração grande e sofisticação intelectual. Do céu ela olha por nós.

(Colaboração de Laerte Rímoli, jornalista, ex-diretor-presidente da Empresa Brasil de Comunicação (EBC), no governo Temer. Hoje reside nos EUA).

 

 

 

Publicado na edição nº 10492, de 11 a 16 de junho de 2020.